Filha de Adoniran critica artistas e se diz contra censurar biografias
Filha do compositor Adoniran Barbosa, a jornalista Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa se manifestou a favor dos escritores na polêmica envolvendo artistas brasileiros que querem impedir a publicação de biografias não autorizadas no país. A articulação é liderada pelo grupo Procure Saber, que reúne nomes como Roberto Carlos, Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan e Milton Nascimento.
Para a herdeira do mais famoso sambista de São Paulo, cuja a vida já foi descrita em oito livros, com os quais colaborou, qualquer censura à rica história musical dos biografados é um cerceamento à liberdade de expressão.“Temos leis. E boas leis. Basta ficar atento e reagir se houver abusos e calúnias”, afirmou em seu perfil do Facebook. “Eu estou com vergonha, por exemplo, pelo Chico Buarque. Decepção e vergonha. Ele quer biografias previamente censuradas! Pode dar qualquer outro nome, mas é isso que serão.”
Maria Helena afirmou concordar com o músico Alceu Valença, que na semana passada afirmou ser “imoral” a proposta de pagamento de royalties para os “biografados ou herdeiros”, dizendo que a questão “definitivamente não é financeira”.
“Arrisco em dizer que cerceá-los seria uma equivocada tentativa de tapar, calar, esconder e camuflar a história no nosso tempo e espaço. Imaginem a necessidade de uma nova Comissão da Verdade daqui a uns 20 anos...”, afirmou o músico também na rede social.
Embora a Constituição preveja a liberdade de expressão, o Código Civil brasileiro possui artigos que vedam a comercialização de biografias não autorizadas. Atualmente, tramita no Congresso um projeto para mudar o Código, do deputado Newton Lima (PT-SP) e, no STF (Superior Tribunal Federal), uma Ação Direta de Inconstitucionalidade referente aos artigos do Código Civil que interferem na questão. O Procure Saber é contra as mudanças.
Segundo o grupo, o posicionamento não tem a ver com censura prévia, mas com a preservação de direitos. “A Procure Saber pretende apresentar proposta de alteração do Código Civil, de forma a acomodar interesses comerciais de todas as partes — escritores, editoras, biografados e seus herdeiros —, cuidando de preservar a intimidade e a vida privada do biografado, que não podem ser subjugados para proteger outros direitos que, de fato, não estão sendo prejudicados ou violados”, publicou a empresária Paula Lavigne, que gerencia a carreira de Caetano Veloso.
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