Intérprete de Cazuza em musical impressiona por semelhanças vocais
A vida de Cazuza foi curta --ele morreu aos 32 anos em 1990--, mas intensa. E é isso que mostra o autor Aloísio de Abreu no musical "Cazuza Pro Dia Nascer Feliz", que está em cartaz no Teatro Net Rio, em Copacabana, Rio de Janeiro, e teve sessão para convidados nesta segunda-feira (7).
De forma ágil, a história avança a partir da virada da carreira do cantor: a descoberta do teatro, o gosto pelo rock, o momento em que resolve montar uma banda, o estouro, as brigas, a carreira solo e a descoberta de ser portador do vírus HIV. A voz do protagonista Emílio Dantas impressiona pela tamanha semelhança com a de Cazuza. "O Emílio é incrível, a voz dele é algo impressionante", disse ao UOL Serginho Dias, que namorou com o cantor durante quatro anos.
No musical, Cazuza aparece de jeito espontâneo e brincalhão. Com bom humor, a peça aborda, sem pudor, temas como drogas e a homossexualidade do cantor, que é marcada por romantismo em momentos de Cazuza com Ney Matogrosso e com Sérgio Maciel. A dificuldade de Lucinha Araújo em aceitar que o filho era gay também é tratada na peça. "A vida da gente está ali no palco. É uma loucura, dá vontade de chorar, de morrer, sinto muita saudade", disse a mãe do cantor.
O espetáculo mostra a relação de amor entre mãe e filho: a passarinha --como carinhosamente ela era chamada por Cazuza-- é uma mãe zelosa, que protege, fuça, canta e recebe em troca o carinho materno-filial. "O Cazuza está comigo em todos os momentos. Tenho certeza de que ele está aqui também. A única coisa que me restou foram as lembranças, e eu vivo delas com muita saudade", disse Lucinha, acrescentando que não enjoa de assistir ao espetáculo. "Vi o filme mais de 20 vezes. Quero ver se vejo a peça pelo menos uma vez por semana".
O espetáculo, de Aloísio de Abreu com direção de João Fonseca, reúne os maiores clássicos de Cazuza no Barão Vermelho e em carreira solo. "Pro Dia Nascer Feliz", "Bete Balanço", "Ideologia" e "Codinome Beija-Flor" são algumas das canções que aparecem na peça, fazendo com que o público cante junto.
No segundo ato da peça, a luta de Cazuza contra o HIV emociona. Zeca Camargo, que entrevistou Cazuza em 1989, também aparece na peça. O cantor resolve admitir que está com AIDS para o jornalista, que na época, trabalhava no jornal "Folha de S.Paulo". Cazuza era rebelde e teimoso. Fumou, bebeu e usou drogas até quando pôde.
Em tempo de protestos no país, a cena final da peça emocionou com o intérprete de Cazuza segurando a bandeira do Brasil e cantando "Brasil". O coro do público foi inevitável. Na sequência, Emílio chamou Lucinha para subir ao palco. "Venha pra cá, mamãe", disse ele, encerrando com s dois abraçados em frente à plateia.
Serviço
"Cazuza Pro Dia Nascer Feliz - O Musical"
Quando: quinta e sexta, às 21h; sábado, às 18h e às 21h30; domingo, às 19h
Onde: Theatro Net Rio - Rua Siqueira Campos, 143, 2º Piso, Copacabana
Quanto: Plateia e Frisas – R$ 150; Balcão – R$ 100
Pontos de venda:
- internet: www.ingressorapido.com.br
- telefone: 4003.1212
- bilheteria do teatro: de segunda a domingo, das 10h às 22h, inclusive feriados
Classificação: 16 anos
Mais informações: (21) 2147.8060
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