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"É acima da política", diz Fernanda Torres em leilão em prol de Amarildo

Fabíola Ortiz

Do UOL, no Rio

08/10/2013 23h52

A obra de arte mais cara arrematada no leilão, na noite desta terça-feira (8), em prol da família do ajudante de pedreiro Amarildo, desaparecido desde 14 de julho em ação da PM na Rocinha, foi um quadro de Ernesto Neto vendido a R$ 100 mil para o irmão do diretor Andrucha Waddington, Ricardo Waddington.

Segundo apurou o UOL, o leilão arrecadou no total R$ 250 mil. A informação foi dada pelo leiloeiro da Bolsa de Arte do Rio, Jones Bergamin. A pintura de Ernesto Neto foi a última a ser leiloada por volta das 23h de um conjunto de 15 itens – 8 obras de arte e 7 instrumentos musicais.

  • Reprodução/Instagram

    O trompete de Alcione que foi a leilão na casa de Paula Lavigne

Um quadro do cartunista Carlos Latuff foi vendido a R$ 5 mil para uma juíza de São Paulo, membro da Associação de Juízes pela Democracia.

O trompete da cantora Alcione foi vendido a R$ 15 mil, a escultura de Raul Mourão foi disputada e arrematada por R$ 25 mil pelo marido da apresentadora Regina Casé, o diretor Estevão Ciavatta. Já um manuscrito de Caetano Veloso foi comprado por R$ 20 mil por Andrucha Waddington.

Entre os cerca de 120 artistas, alguns que deram lances foram Marisa Monte, Fernanda Torres, Alicinha Cavalcante e Camila Pitanga. "A maioria (dos objetos) foi comprada pelas próprias pessoas que organizaram, como Marisa Monte e Fernanda Torres", disse ao UOL o leiloeiro Bergamin.

O leilão ocorreu em prol da solidariedade à família de Amarildo e durou cerca de uma hora. O evento foi promovido pela produtora e empresária Paula Lavigne, em Ipanema, na zona sul do Rio, e terminou na madrugada desta quarta (9) com direito a roda de samba.

Cada um dos convidados pagou R$ 500 para participar do evento. Do total, R$ 50 mil arrecadados vão ajudar a esposa de Amarildo, Elizabete Gomes, e seus seis filhos a comprarem uma casa na própria Rocinha. Até então, a família do ajudante pedreiro vivia em um pequeno barraco de um único cômodo. O restante do valor levantado no leilão será destinado ao Instituto dos Defensores de Direitos Humanos (IDDH) do advogado João Tancredo, que acompanha o caso Amarildo.

Do terceiro andar do prédio de Paula Lavigne, em Ipanema, era possível ouvir aplausos e risadas de cada objeto que era leiloado. Segundo o leiloeiro, a própria empresária foi quem liderou o leilão.

“É importante estar aqui, os direitos humanos são o assunto do momento”, comentou Dira Paes, que esteve no leilão.

Já Fernanda Torres disse que ainda não sabia se daria algum lance. Ela falou ao UOL momentos antes de o evento começar. “Vim pela causa. (O fato de) a sociedade civil se organizar é uma coisa no Brasil que está começando. Achei interessante ajudar a casa do Amarildo e criar um fundo para pessoas que sofrem com isso. É acima da política e de partido”, disse a atriz.

“Foi arrecadado o suficiente para a ajudar a família de Amarildo”, comentou sem se identificar um dos participantes.

Já a modelo e apresentadora Fernanda Lima disse que veio à convite de Paula Lavigne. “Acho que é o mínimo que a gente pode fazer, além de ser um encontro de amigos é a oportunidade da gente dar a nossa opinião sobre tudo isso”, destacou.

O pernambucano Otto fez questão de defender a campanha de “Onde está o Amarildo”. “A gente está numa campanha e que sirva de lição para que essas coisas não aconteçam, além de ajudar uma família que é o mais importante. A expectativa é que a vida da família dele melhore. Estou aqui para contribuir e participar”, disse ao UOL o cantor.

Já Leandra Leal foi outra convidada que compareceu no leilão para prestar seu “apoio à causa”. “O que aconteceu foi absurdo e inaceitável”, criticou.

Estiveram no evento cerca de 120 pessoas, entre elas artistas como Carolina Dieckmann, Fernanda Paes Leme e Camila Pitanga.

No próximo dia 20 de novembro está marcado um show "Somos Todos Amarildo", na tradicional casa de shows na Lapa, o Circo Voador, com Caetano Veloso e Marisa Monte. Toda renda será revertida para o projeto do IDDH.

E ainda no dia 30, às 17h, a Praia do Arpoador receberá um evento chamado de Alalaô "Somos Todos Amarildo" para dar visibilidade à campanha.

19 Comentários

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Interado

Estamos vivendo em todos os quesitos na MAIOR inversão de valores já vista nos últimos 40 anos... isso NÃO vai ser e trazer NADA DE BOM para o restante da sociedade....podem apostar.

cariocagoiano

Interessante arrecadam 250 mil, dão 50 mil para a família do desaparecido e o restante vai para uma "instituição" de caridade...

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