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Depois de desfalcar Flip, poeta egípcio fará palestra em vídeo com transmissão online

Tamim Al-Barghouti cancelou vinda à Flip - Nasser Nuri/Reuters
Tamim Al-Barghouti cancelou vinda à Flip Imagem: Nasser Nuri/Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/07/2013 14h30

O poeta e cientista político egípcio-palestino Tamim Al-Barghouti – que cancelou de última hora sua participação na 11ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) – vai falar por Skype com o público de um evento que ocorre nesta terça em São Paulo, com transmissão online.

A mesa, com participação do francês Jèrôme Ferrari, que esteve na Flip, faz parte da programação da Pós-Flip na capital paulista.

Ferrari cedeu os primeiros 15 minutos de seu tempo para que Al-Barghouti possa contar ao público, a partir da Jordânia, por que não conseguiu chegar ao Brasil, comentar os últimos acontecimentos no Egito e encerrar com a leitura de um de seus poemas. O evento, que ocorre no Auditório do Ibirapuera, será transmitido online no site www.itaucultural.org.br, a partir das 18h.

Poeta se disse envergonhado
Sem conseguir chegar ao Brasil para participar da Flip, o poeta enviou uma carta ao público do evento, lida na abertura da mesa "Literatura e revolução", da qual ele participaria, no domingo.

Al-Barghouti citou a manifestações em seu país, o golpe de estado que tirou Mursi do poder e o clima de guerra civil. Disse que, apesar desse cenário, conseguiu chegar a Londres, onde embarcaria para o Brasil, e explicou que, "por conta da distração" seu passaporte havia sido perdido ou até roubado.

Em mais de um trecho da carta, o poeta e cientista político se disse envergonhado e culpado pela ausência. "A culpa só é facilitada porque eu já fui bastante penalizado e castigado", escreveu.

Ele disse ainda que perdeu uma "oportunidade única de visitar o Brasil em um momento histórico" para os dois países e que tem muito a aprender com os brasileiros.

"Para muitos de nós desse lado do Atlântico, a América Latina é fonte de inspiração. E temos muito em comum com o Brasil. Temos desejo de democracia, paixão pela literatura e pela poesia. Em termos pessoais, ir para a Flip teria sido uma experiência muito importante", escreveu.

O poeta agradeceu os esforços da organização da Flip em trazê-lo ao Brasil e das embaixadas brasileiras no Cairo e em Londres, que ofereceram ajuda durante todo o trajeto.