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"Vídeos sobre religião e gays incomodam o público", diz criador do Porta dos Fundos

Antonio Tabet (à esq.) e Ian SBF participam do programa "Roda Vida", da TV Cultura - Reprodução/YouTube
Antonio Tabet (à esq.) e Ian SBF participam do programa "Roda Vida", da TV Cultura Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

30/04/2013 10h00

Antonio Tabet e Ian SBF, criadores da sitcom Porta dos Fundos, participaram na noite da última segunda-feira (29) do programa "Roda Viva", da TV Cultura, e contaram que evitam fazer vídeos seguidos tratando de assuntos polêmicos, como religião e homossexuais.

"Sou um cara politicamente correto, educado em escola católica. O que me incomoda é quando o cara aponta o dedo acusador, achando que você está praticando um preconceito quando não está -- ou até quando não teve a intenção de praticar um preconceito que ele viu. Todo mundo tem o direito de falar o que quiser e responde por isto. Este bom senso parte de cada um", disse Antonio Tabet durante o programa na Cultura.

Questionado pela colunista Keila Jimenez, do jornal Folha de S.Paulo, sobre como lidam com as críticas, os criadores afirmaram que vídeos relacionados a religião e homossexuais incomodam parte do público que assiste o Porta dos Fundos.

"Acham que fazemos muitos vídeos com temas gays e religião e isto incomoda algumas pessoas", disse Ian SBF. "Com religião já até se acostumaram".

"De verdade, para nos, é só uma vírgula. Os comentários nos vídeos do YouTube, que têm seis milhões de acessos e cinco mil comentários, representam muito pouco. E quem comenta são os usuários de faixa etária menor, que mudarão de opinião em pouco tempo", explicou Antonio sobre as críticas que recebe nos vídeos que tratam sobre temas específicos. "Mas não levamos em conta os comentários do YouTube. Se levássemos ficaríamos engessados".

Segundo Tabet, os comentários mais agressivos "têm muita carga de ignorância".

"Quando fazemos dois vídeos religiosos, por exemplo, guardamos outros para não lançar na sequência. Só para dispersar o tema. Não ficamos remoendo o que fazemos, mas o que iremos fazer", disse Tabet.

Os membros da trupe afirmaram ainda que recebem muitos roteiros do público, mas que não os leem, uma vez que "roteiro é o que não falta entre nós". Eles também relataram que o foco do Porta dos Fundos, em sua estreia, era o público acima dos trinta anos, "uma vez que esta faixa etária estava muito carente de conteúdo na Internet".

"Depois se esparramou para todas as idades e classes. Sabemos que não é um humor fácil e digerível", contou Antonio.

Veja a entrevista na íntegra: