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Em respeito ao massacre nos EUA, filmes e programas de TV são adiados e substituídos

Jamie Foxx em "Django Livre", Tom Cruise em "Jack Reacher", "Family Guy" e Michael C. Hall em "Dexter" - Reprodução
Jamie Foxx em "Django Livre", Tom Cruise em "Jack Reacher", "Family Guy" e Michael C. Hall em "Dexter" Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo*

18/12/2012 11h43

O massacre que deixou 26 pessoas mortas em uma escola primária em Connecticut, nos Estados Unidos, na última sexta-feira (14), alterou não só o dia a dia e a sensação de vulnerabilidade dos americanos, como obrigou produtores de TV e cinema a alterarem datas de estreias e fazer substituições na grade de programação.

O canal Showtime, por exemplo, criou um aviso especial para os espectadores antes do episódio final da sétima temporada de "Dexter", que foi ao ar no domingo. "Com vista na tragédia que ocorreu em Connecticut, o programa a seguir contém imagens que podem ser perturbadoras". "Dexter" conta a trajetória de um serial killer que mata apenas vilões que vivem em Miami. O mesmo anúncio foi exibido antes da série política "Homeland".

A HBO preferiu alterar sua programação. No lugar de exibir o thriller "Contrabando", filme com Mark Wahlberg e Kate Beckinsale, apresentou a comédia romântica "Amor a Toda Prova", com Steve Carell, Ryan Gosling e "Emma Stone". A estreia do novo filme de ação, e violento, estrelado por Tom Cruise, "Jack Reacher", também passará por várias alterações. A sociedade cinematográfica do Lincoln Center, em Nova York, cancelou a exibição especial que faria do filmes nesta segunda, que também contaria com um bate-papo com Tom Cruise.

Em Los Angeles, a Weinstein Co. cancelou a pré-estreia do novo filme de Quentin Tarantino, "Django Livre", que aconteceria nesta terça. A estrela do filme, Jamie Foxx, pareceu preocupado com a possível interferência que a produção cinematrográfica tem sobre o público. "Não podemos virar as costas e dizer que a violência dos filmes o qualquer coisa que fazemos não influenciam. Elas influenciam", disse ele ao promover o longa-metragem neste final de semana.
Tarantino não concorda com o adiamento e disse que a culpa deve recair sobre os criminosos. "Eu só acho que, você sabe, há violência no mundo, tragédias acontecem. É um filme de faroeste. Dá um tempo", disse o diretor.

O canal TLC também adiou a estreia de um documentário, chamado "Best Funeral Ever", sobre uma empresa que organiza funerais inusitados, com temática natalina, esportiva e até musical. O documentário pode se transformar em uma série que começará a ser exibida apenas no começo de 2013.

Em uma das substituições mais estranhas, a NBC substitiu um especial de fim de ano de BLake Shelton por um de Michael Bublé. Isso porque o especial de Shelton traz uma animação que retrata uma matança de renas.

A Fox preferiu exibir reprises no lugar dos novos episódios das séries "American Dad" e "Family Guy". O novo episódio do "American Dad" mostra crianças desobedientes que são punidas por um demonio no Natal. O mesmo canal ainda cancelou o tapete vermelho e a festa da nova série "Parental Guidance", comédia com Billy Cristal, Bette Midler e Marisa Tomei.

O porta-voz da CBS diz que o olhar cuidadoso é um ritual para as empresas de entretenimento. "As séries e programas são olhadas com cuidados para que elas não sejam consideradas insensíveis em relação a acontecimentos recentes.

Nova música de Ke$ha é evitada por rádios
A música "Die Young" da cantora Ke$ha está sendo evitada por rádios norte-americanas também por causa do tiroteio.

De acordo com informações do site TMZ, "Die Young" estreiou nas rádios em terceiro lugar, na sexta-feira (14), mesmo dia em que o massacre aconteceu.

A canção alcançou 167 milhões de ouvintes no Estados Unidos, mas, no dia seguinte, o número caiu 3 milhões, uma diminuição considerável em pouco tempo, segundo um especialista ouvido pelo TMZ.

Segundo ele, a última vez que algo do tipo aconteceu nos Estados Unidos, foi quando as músicas de Dixie Chicks foram banidas das rádios por insultarem o presidente americano George W. Bush.

(*Com informações da AP)