Em evento de MMA, rock e stand up, público diz que luta parece "Xou da Xuxa"
É possível misturar lutas de MMA, show de rock e stand up comedy num mesmo ringue? Com essa proposta ousada, o “MMA Rocks” quase lotou o HSBC Brasil na noite de sábado, em São Paulo. A maior parte do público, porém, estava lá na expectativa de ver muita pancadaria e não para ouvir música ou piadas.
O apresentador Marcos Piangers sentiu o drama quando perguntou: “Quero ouvir quem veio aqui para dar risada”. Silêncio. “Quero ouvir quem veio aqui para ver porrada.” Gritos de entusiasmo.
Quando dois lutadores, cautelosos, evitaram o confronto, um sujeito confortavelmente instalado na plateia gritou: “Ê, isso não é ‘Xou da Xuxa’, arregão!”.
Foram cinco lutas. Duas terminaram em menos de um minuto; uma durou 2:30 min, outra terminou ao final do segundo round e uma última teve três assaltos e foi resolvida por decisão dos jurados. Tudo somado foram menos de 15 minutos de “porrada”, para usar o termo do apresentador.
Com seu hardcore melódico, o CPM 22 tentou levantar o público, formado em boa parte por fãs de MMA. A banda foi recebida educadamente, mas sem maior entusiasmo.
Os humoristas convidados alcançaram um pouco mais de sucesso, especialmente quando brincaram de falar mal uns dos outros. O mais zoado foi Diogo Portugal, trabalhando atualmente no programa “Luciana By Night”, na RedeTV!.
“É o integrante mais burro do programa, sendo que a outra é a Luciana Gimenez”, disse Renato Tortorelli. “Talk show com Luciana Gimenez é igual ioga com o Datena. Não faz sentido”, observou Fabio Rabin. Rudy Landucci, do “Saturday Night Live”, ainda disse, rindo: “Trabalho na RedeTV!. Estou há dois meses sem receber”.
Para quem não está acostumado com MMA, a pancadaria assustou especialmente na última luta, entre Nilson “Feijão” Pereira e Anistávio Medeiros, o “Gasparzinho”. Atingido por muitos golpes, este último sangrou tanto que a luta foi interrompida para limpeza do rosto do lutador.
Era tanto sangue que, ao final do segundo assalto, o árbitro Mario Yamazaki, consultor técnico do evento, achou por bem interromper a luta. Um corinho teve início na plateia: “Uh! Arregão! Uh! Arregão”.
O CPM 22 voltou, então, ao palco e cantou aquela música que diz: “Eu sei que isso é o fim do mundo”. Lá fora, o cantor Bruno, do KLB, dava autógrafos e contava que na próxima semana vai estrear como lutador de MMA. "Música e luta, a galera gosta. Os dois caminham juntos", explicou.
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