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Ministra da Cultura Marta Suplicy lamenta morte do poeta Décio Pignatari

Décio Pignatari morreu neste domingo em São Paulo aos 85 anos -  Rubens Thomé Speltz
Décio Pignatari morreu neste domingo em São Paulo aos 85 anos Imagem: Rubens Thomé Speltz

Do UOL, em São Paulo

03/12/2012 16h22

A ministra da Cultura Marta Suplicy divulgou nota nesta segunda-feira (3) para lamentar a morte do poeta Décio Pignatari, que não resistiu após quadro de insuficiência respiratória na manhã de domingo. O escritor estava internado no Hospital Universitário da USP desde sexta-feira, segundo a assessoria de imprensa do local. Pignatari era portador da doença de Alzheimer e faleceu aos 85 anos.

Marta Suplicy comenta que, com a morte, o Brasil perdeu um de seus "mais combativos e inventivos artistas". Além de destacar o papel do poeta na arte brasileira -- Pignatari era um dos principais nomes brasileiros do Concretismo --, a política também o papel de divulgação da cultura exercido pelo escritor enquanto vivo.

"Através de Décio, os brasileiros conheceram a obra de grandes gênios da literatura mundial em traduções que recriavam os textos com a autoridade de quem domina muito amplamente nossa língua, a literatura e a história", argumenta a ministra. "Muitas das inovações de Décio ainda estão à frente de nosso tempo, por isso ele nunca deixará de ser lembrado quando quisermos entender o presente e vislumbrar o futuro."

Além de poeta, Décio era ensaísta, tradutor e um dos grandes nomes da poesia concreta, ao lado de Augusto e Haroldo de Campos. O seu sucesso iniciou nos anos 50 com recursos visuais, fragmentação das palavras para suas obra e publicou seu primeiro livro "Carrossel".

Em 1965, editou a as revistas Noigandres e Invenção e publicou a “Teoria da Poesia Concreta”. Já em 1968, traduziu obras de Marshall McLuhan e publicou o ensaio “Informação, Linguagem e Comunicação”. Como tradutor, também fez obras de Dante Alighieri, Goethe e Shakespeare, entre outros, reunidas em "Retrato do Amor quando Jovem”.

Em 1983 e 1987, o poeta foi colunista da Folha. No ano seguinte, publicou “O Rosto da Memória”. Já em 1992, fez o romance “Panteros” (1992), além de uma obra para o teatro, “Céu de Lona” Em 2009, lançou "Bili com Limão Verde na Mão”.

Repercussão

A notícia da morte do poeta fez com que jornalistas e famosos se manifestassem com palavras de pesares. Leia abaixo a repercussão:

"o lobisomem" – décio pignatari (1927–2.12.2012) in memoriam
Gilberto Gil, cantor

Agora ele é poesia abstrata... #RIP poeta concretista.
Jean Wyllys, deputado federal

Além de poesia, das pesquisaa e das aulas Décio Pignatari deu uma passadinha pelo cinema participando do excelente Sábado do Ugo Giorgetti.
Laurindo Lalo Leal, jornalista

Triste
Fafá de Belém, cantora