Simone Spoladore faz versão brasileira de Marilyn Monroe

Com os cabelos platinados, Simone Spoladore é um dos destaques do Tempo_Festival das Artes com a versão brasileira de Marilyn Monroe. A atriz está no elenco de “Depois da Queda”, uma das peças da programação. A 3ª edição do Festival Internacional de Artes Cênicas acontece de 5 a 14 de outubro no Rio de Janeiro.

“Depois da Queda” é o segundo mergulho de Spoladore e do diretor Felipe Vidal em um ambiente ligado ao cinema. Em 2010, eles estiveram juntos na montagem de “Louise Valentina” sobre a vida de Louise Brooks, diva dos tempos do cinema mudo. Agora, na peça de Arthur Miller, a dupla trabalha em cima da estrela que faleceu tragicamente há 50 anos.

“A Marilyn e o Arthur Miller foram casados durante quatro anos. A minha personagem se chama Maggie e a gente tem tudo para achar que é uma reflexão sobre o casamento dos dois. O processo de preparação foi muito rico, a gente pesquisou bastante. Eu li muitos livros e vi todos os filmes dela e sobre ela. É um desafio”, afirmou a atriz.

A pré-estreia do espetáculo acontecerá no Teatro Glaucio Gil, em Copacabana, na próxima quinta-feira (11). Além de Spoladore, a atriz Gabriela Carneiro da Cunha e o ator Lucas Gouvêa estão no elenco que conta com dez artistas. A estreia nacional está marcada para 18 de outubro no Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília.

Simone Spoladore contou para o UOL que seus cabelos loiros também serviram para a construção da sua personagem na novela “Balacobaco”, a nova trama da Record.

“[Na novela] Eu sou a Violeta, uma moça que dá aulas de auto-ajuda, mas tem um comportamento completamente descontrolado. Ela morre de ciúmes do namorado dela (Rodrigo Phavanello). A Violeta é um personagem cômico e eu espero que eu público se divirta com ela”, disse.

A montagem atual de “Depois da Queda” atual acontece 48 anos depois da primeira. Em 1964, o diretor paulista Flávio Rangel viu a estreia do espetáculo “After the Fall”, em Nova York, e ficou tão apaixonado pelo texto que realizou, no mesmo ano no Brasil, a primeira montagem da peça de Miller fora dos Estados Unidos. Na época a peça foi protagonizada por Paulo Autran e por Maria Della Costa. Desde então, o texto nunca mais ganhou uma versão brasileira.

O Tempo_Festival das Artes

São mais de 20 atrações, com sete produções internacionais e seis nacionais, além de performances, filmes e oficinas, ocupando palcos e espaços ao ar livre. A programação começa com a catalã Angélica Liddell, expoente da cena internacional, com a peça "Eu não sou bonita", dias 5 e 6, no Espaço Sergio Porto, no Humaitá.  Os franceses do grupo de teatro de rua Les Souffleurs farão intervenções poéticas, no Largo da Carioca e na Central do Brasil, dia 5, e nas praias de Copacabana e de Ipanema, dia 7. Na mesma data, o artista multimídia holandês Sander Veenhof será a atração do Oi Futuro, no Flamengo. Sander, que ficou famoso ao participar de uma exposição virtual no MoMA de Nova York utilizando a tecnologia da realidade aumentada, agora fará uma coreografia com o celular, em "Dance.AR".

“Não importa se você está na Austrália, Ásia, Europa ou nas Américas, todos estão convidados. Alguém, no Rio de Janeiro, movimenta o celular, acima da cabeça, da esquerda para a direita e no exato momento, em Nova York, outra pessoa fará simultaneamente o mesmo. Este é um flashmob global”, diz.

Sander integra o Recorte da Cena Holandesa, foco desta edição do Festival, que apresenta recortes de uma geografia sociocultural de diferentes países (em 2010, teve a Mostra Chilena; e em 2011, a Argentina). Ao reunir e estimular a criação artística, a Fundação Orkater tem papel de destaque na Cena Holandesa. Nos dias 8 e 9, o grupo The Sadists, reunido pela Orkater, apresentará o espetáculo "Alabama Chrome", no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana. Nos dias 10 e 11, o Via Berlin, também através da Orkater, fará apresentações ao ar livre de "A partir de agora seu nome é Pjotr", no Parque Lage, no Jardim Botânico, com o Quarteto Ragazze.

Além das atrações internacionais, o TEMPO_FESTIVAL terá seis montagens nacionais. A carioca Dani Amorim fará a pré-estreia de "Cine-Gaivota" (Sergio Porto, de 10 e 11) e a paulista Cia Hiato estreará "Ficção" (Oi Futuro Flamengo, de 12 a 14), reunindo atores e parentes em situações familiares. A programação terá ainda a estreia da versão integral da peça "Noites brancas". A montagem é inspirada no livro de Dostoiévski, com direção de Thierry Trémouroux, belga radicado no Brasil. O espetáculo será apresentado dias 7, 8, 13 e 14, na sede da Cia dos Atores, na Lapa, e continuará a temporada até dia 29. Segundo os organizadores, Bia Junqueira, Cesar Augusto e Márcia Dias, “É uma marca do Festival, desenvolver processos criativos ao longo do ano e propor que o TEMPO das Artes continue além dos dias do evento”.

No Teatro Glaucio Gill, a pré-estreia de "Depois da queda" (11), de Felipe Vidal, e a performance "[Não] Dois" (13 e 14), de Maurício Lima e Bernardo Zabalaga, com co-produção do TEMPO_FESTIVAL, ambas cariocas, estão na agenda ao lado da mineira UMA Companhia, de "Dos Gardênias Social Club" (13 e 14. "[Não] Dois" foi criada a partir da residência que a dupla participou com a artista holandesa Ria Marks, na Edição 2011. Já "Dos Gardênias Social Club" promete fazer o público dançar bolero.

No Café Pequeno, no Leblon, de 11 a 14, no TEMPO A+, o Festival promove um ponto de encontro entre a plateia e os artistas brasileiros e estrangeiros, com teatro, performances, filmes, música, bar e entrada franca. Com patrocínio da Prefeitura do Rio, Fate e Oi, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e Lei Estadual de Incentivo à Cultura, co-patrocínio da Caixa e parceria da CCR e do SESC Rio, o Festival terá ingressos a R$ 20, nos espetáculos com bilheteria.

Confira a programação aqui.