Livro reúne críticas, histórias de bastidores e curiosidades sobre o cineasta Quentin Tarantino
Capa do livro "Quentin Tarantino", organizado por Paul A. Woods
Nos 20 anos que separam a estreia de “Cães de Aluguel” (1992) do início da produção de seu próximo filme, “Django Livre”, Quentin Tarantino, 49, conquistou fãs e um espaço cativo no mundo do cinema. É justamente esta trajetória de nerd de cinema a diretor consagrado que Paul A. Woods (autor de “O Estranho Mundo de Tim Burton”) reúne em “Quentin Tarantino”, publicado pela editora Leya.
O volume apresenta uma seleção de críticas, entrevistas e perfis sobre Tarantino e cada um de seus filmes já lançados – inclusive aqueles em que o cineasta assina apenas o roteiro, como “Amor à Queima Roupa" (1993) e "Assassinos por Natureza” (1994). O livro chega às livrarias brasileiras próximo à celebração de uma efeméride: os 20 anos da estreia de “Cães de Aluguel” nos cinemas, em 2 de setembro de 1992, na França, onde o longa entrou em cartaz depois de ser exibido nos festivais de Sundance e Cannes daquele ano. No Brasil, o longa também seria exibido pela primeira vez na Mostra de São Paulo de 1992, com a presença quase ignorada do diretor estreante.
Os textos foram originalmente publicados à época do lançamento dos filmes nos Estados Unidos e Inglaterra e transmitem a temperatura do momento. Eles ajudam o leitor a entender como a percepção da crítica em relação a Tarantino vai mudando à medida que o cineasta se estabelece como queridinho de Hollywood. Além disso, também mostra como cada um de seus filmes foi recebido – do choque provocado pela cena de tortura de um policial em “Cães de Aluguel” à elevação da violência a um patamar “cult” na homenagem a filmes de artes marciais em “Kill Bill - Volume 1” (2003).
O livro inclui ainda depoimentos de Tarantino sobre seus filmes – escritos por ele mesmo ou registrados por jornalistas –, que acabam sendo a parte mais saborosa da seleção, em que o diretor conta, por exemplo, porque incluiu a cena da dança entre os personagens de John Travolta e Uma Thurman em “Pulp Fiction - Tempo de Violência” (1994): “Sempre adorei as cenas musicais em filmes, particularmente adoro quando os filmes não são musicais. Minhas cenas musicais favoritas sempre foram as de Godard, porque elas vêm do nada. É tão contagiante, tão simpático. E o fato de que não é um musical e ele para o filme para ter uma cena musical torna tudo mais doce.”
Alguns dos textos também são interessantes por desconstruir mitos criados em torno da persona de Tarantino, como a história de que ele aprendeu sobre cinema trabalhando em uma locadora de vídeos e que saiu de lá direto para a posição de jovem cineasta promissor. Na verdade, Tarantino cresceu assistindo filmes e tentou uma carreira de ator antes de se lançar aos roteiros. Além disso, o emprego na locadora só veio justamente porque ele já entendia muito de cinema e ele já estava tentando fazer filmes por quase dez anos quando vendeu o roteiro de “Assassinos por Natureza” para juntar fundos para produzir seu primeiro filme, que deveria ter sido “Amor à Queima Roupa”.
A versão brasileira traz ainda textos sobre os últimos filmes de Tarantino – “Sin City - A Cidade do Pecado” (2005, em que ele assina como co-diretor convidado, ao lado de Robert Rodriguez e Frank Miller), “À Prova de Morte” (2007, parte do projeto “Grindhouse”, também desenvolvido com Robert Rodriguez) e “Bastardos Inglórios” (2009).
Veja a seguir algumas das coisas que Tarantino diz sobre seus filmes.
TARANTINO POR TARANTINO
![]() | "CÃES DE ALUGUEL" (1992)![]() ![]() |
![]() | "PULP FICTION - TEMPO DE VIOLÊNCIA" (1994)![]() ![]() |
![]() | "JACKIE BROWN" (1997)![]() ![]() |
![]() | "KILL BILL - VOLUME 1" (2003)![]() ![]() |
![]() | "KILL BILL - VOLUME 2" (2004)![]() ![]() |
3 Comentários
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Para cultuar essa vilência toda, tem que ser um pouco psicopata também.
Gosto muito dos filmes deste cara. Os dois melhores são "À prova da morte" e "Pulp Fuction: tempos de violência"