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Comic-Con recebe He-Man e She-Ra da vida real e diretor do filme "Mestres do Universo"

Jack e Leslie Wadsworth, que se casaram depois de interpretar He-Man e She-Ra em show na Broadway - Estéfani Medeiros/UOL
Jack e Leslie Wadsworth, que se casaram depois de interpretar He-Man e She-Ra em show na Broadway Imagem: Estéfani Medeiros/UOL

Diego Assis

Do UOL, em San Diego (EUA)

15/07/2012 16h08

Os  25 anos de "Mestres do Universo", o longa-metragem em live-action estrelado por He-Man, foram celebrados em um painel na San Diego Comic-Con com a presença do diretor Gary Goddard.

Estrelado por Dolph Lundgren, o filme começou a ser produzido em meados dos anos 1980, quando a série animada baseada na franquia de bonecos criada pela fabricante Mattel no início da década ainda fazia certo sucesso na televisão, mas as vendas dos brinquedos já davam sinais de cansaço.

"Tanto a Mattel quanto o estúdio que nos chamou para filmar estavam enfrentando sérios problemas financeiros nessa época. Eles não nos disseram isso quando fomos contratados, mas esperavam que o filme pudesse ressuscitar os bonecos", lembrou Goddard. "Imagine fazer um filme que as duas companhias acreditam que será a sua única salvação", lembrou Goddard, em painel realizado na sexta-feira (13).

Goddard conta que logo que abraçou o projeto e começou a mexer no roteiro inicial, que considerava fraco demais. "Os diálogos, especialmente os do Esqueleto, eram simplórios demais, coisas tipo 'Peguem-no! Matem He-Man!'. E uma coisa que aprendi com [o quadrinista da Marvel] Jack Kirby é que você nunca terá um bom herói se não tiver um bom vilão", justificou o diretor, que disse enxergar referências a vilões como o Dr. Destino no Esqueleto que acabou levando às telas.

Apesar das limitações de orçamento e da precariedade de efeitos especiais  - "Gorpo e Gato Guerreiro não estão no filme porque não havia CGI na época", explica o diretor -, o longa acabou se tornando um cult entre fãs, que costumam lembrar com carinho da batalha final entre He-Man e Esqueleto e, especialmente, da cena escondida após os créditos, hoje um recurso usado em praticamente todos os blockbusters de horror e de super-heróis.

"Fui o primeiro a colocar uma cena depois dos créditos", garante Goddard. "No dia em que terminamos de filmar a última cena, fui até o ator que fazia o Esqueleto e falei: 'Você precisa colocar a máscara e dizer: Eu vou voltar!"

Por motivos alheios à sua vontade, o longa nunca teve uma continuação, mas se ela um dia acontecer, Goddard já tem algumas ideias na ponta da língua. "No primeiro filme, por conta das limitações, eu tive de deixar de lado alguns lugares e personagens da história. Por isso peguei só o He-Man e o Esqueleto e os enviei para um encontro na Terra. Se pudesse fazer um segundo filme, com certeza eu os traria de volta à Eternia."

Documentário procura pai de He-Man

  • Divulgação

    Cartaz do documentário "Toy Masters", de Roger Lay Jr., que investiga a "paternidade" do boneco de He-Man

O painel dedicado ao herói da Matell trouxe ainda uma prévia de "Toy Masters", documentário que será lançados nos EUA em agosto e que mostra a disputa de bastidores pela paternidade do brinquedo.

"Não se trata apenas de uma história de briga por créditos entre os dois desnhistas da Mattel que alegam ter criado He-Man, mas de como um pequeno boneco de menos de 10 cm foi capaz de mudar a vida de tantas pessoas", defendeu Roger Jay Jr., um dos diretores do documentário.

Estrelas da adaptação de He-Man para um musical na Broadway, Jack e Leslie Wadsworth também estiveram no evento comemorativo promovido na Comic-Con. Segundo a dupla, a oportunidade de viver He-Man e She-Ra em um espetáculo que fez sucesso nos ano 1990 na Broadway acabou transformando-os em marido e mulher na vida real.

"Quando terminanos de fazer a peça, começamos a visitar hospitais de crianças e elas ficavam tão alegres em nos ver, que acabamos continuando a interpretar os personagens", lembra Leslie. Ainda exibindo os músculos e a espada que usava no musical, o intérprete de He-Man do musical brincou: "Percebemos literalmente o que é 'ter a força'."