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Em entrevista, autor da saga "As Crônicas de Gelo e Fogo" rebate críticas sobre cenas de sexo

"Game of Thrones" se passa em um mundo em que as poderosas famílias Stark e Lannister lutam pelo controle dos sete reinos de Westeros.  - Divulgação
"Game of Thrones" se passa em um mundo em que as poderosas famílias Stark e Lannister lutam pelo controle dos sete reinos de Westeros. Imagem: Divulgação

Do UOL, no Rio

10/07/2012 17h38

O autor da saga "As Crônicas de Gelo e Fogo", George R.R. Martin conversou com a edição de julho da Rolling Stone Brasil. Durante a conversa, Martin falou sobre as critícas recebidas a respeito das detalhadas cenas de sexo descritas no livro.

"Você pode escrever a descrição mais detalhada e mais vívida de um machado penetrando um crânio e ninguém diz absolutamente nada para reclamar disso. Mas, se escreve uma descrição igualmente detalhada a respeito de um pênis penetrando uma vagina, recebe cartas de gente dizendo que nunca mais vai ler o que você escreve. Mas que diabo é isso? Um pênis penetrando uma vagina traz muito mais alegria para o mundo do que um machado penetrando um crânio", comparou ele.

Quando o assunto é "Game of Thrones", versão para a TV e que é sucesso na HBO, Martin é opinou: "Eu simplesmente escrevi estes romances da maneira mais grandiosa que a minha imaginação permitia, sem nunca sonhar que um dia seriam filmados. Agora, David Benioff e Dan Weiss [os criadores da série] é que precisam lidar com esta tremenda dor de cabeça. Eu não", disse.

Escrevendo o sexto livro da série, Martin confessou que ainda está longe de concluir o volume. "Vai ser mais um livro de 1.500 páginas, e eu só escrevi umas 200. Ainda tenho muito pela frente", disse ele que ainda adiantou que já sabe o que acontecerá a maioria dos personagens principais ao final dos sete livros.

"Eu sei qual é o fim definitivo da série e eu sei qual é o destino de todos os personagens principais, mas há muitos personagens menores e outros detalhes que vou encontrando ao longo do caminho. Para mim, tanto como leitor quanto como escritor, o mais importante é a viagem, não o destino final", ressaltou o autor que já foi traduzido para mais de 20 idiomas e vendeu mais de 15 milhões de exemplares no mundo inteiro.

Lançado em 2011 nos Estados Unidos e em junho no Brasil, o quinto livro da série já está há semanas na lista dos mais vendidos de diversos países (no Brasil o livro teve de ser recolhido pela editora logo após o lançamento, devido à falta de um dos capítulos; a versão corrigida volta às livrarias em agosto).  Aos 63 anos, Martin contou que começou a escrever os livros em 1991.

"Neste intervalo, fiquei bem mais velho – mas os personagens só ganharam um ou dois anos", explicou ele e prosseguiu: "A verdade é que eu escrevo devagar, independentemente do que esteja fazendo, seja um épico de fantasia gigantesco, seja um prefácio. 'São só mil palavras, você consegue matar em uma tarde'. Não, não consigo – passo três dias suando em cima daquilo", revelou ele sobre o processo criativo.