Flip 2012 recebeu 25 mil pessoas; Miguel Conde continuará como curador do evento

Um total de 25 mil pessoas passaram pela Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) este ano, segundo Mauro Munhoz, diretor geral do evento. “Foi um recorde de participação do público, a tenda do telão ficou esgotada em vários eventos. Estima-se que 25.000 pessoas passaram pela Flip na programação deste ano”, contou Munhoz no encerramento da festa, na tarde deste sábado (8), em Paraty (RJ). Durante a entrevista, Munhoz afirmou que Miguel Conde, curador deste ano, continuará no cargo.

Munhoz disse que este ano a Flip foi mais distribuída pela cidade, e a nova configuração de entrada e saída das tendas ficou mais confortável para as pessoas. “O formato de tenda dos autores e do telão do lado de lá do rio, desde 2011, está funcionando muito bem. O público tem uma visão mais interessante do centro histórico”, explicou ele, contando que a Flip contabilizou 135 eventos e atingiu 270 mil pessoas no Facebook.

Miguel Conde também afirmou que ficou muito satisfeito com a festa e elogiou os debates, que, segundo ele, “ocorreram muito bem”. “Acho que a Flip tenta apresentar um panorama do que está acontecendo na literatura mundial e brasileira, tanto trazendo autores que as pessoas já conhecem quanto apresentando autores novos, e acho que isso aconteceu esse ano”, elogiou.

O curador falou ainda sobre o novo formato dos tributos. “A homenagem se estendeu em todas as mesas, com as leituras de poemas. Acho que isso funcionou muito bem para aproximar todo mundo da experiência da leitura de Drummond”, afirmou.

Mauro Munhoz não deu certeza sobre o homenageado da próxima edição e despistou quando foi questionado sobre a possibilidade de ser Graciliano Ramos --segundo o jornal "O Globo", existe um burburinho em torno do nome do escritor, que completaria 120 anos em outubro de 2012. “Isso ainda não está definido. O homenageado deve ser anunciado em agosto”, disse.

A idealizadora da Flip, Liz Calder, falou sobre as mudanças que podem acontecer na Flip. “Tudo está aberto a ser questionado. É importante que a Flip evolua sempre. Estamos sempre examinando o formato das mesas, mas não há nada concreto sobre mudanças ainda”, revelou, aproveitando para elogiar o formato da homenagem. “Ela funcionou muito bem para apresentar Drummond especialmente aos estrangeiros, que não conhecem o escritor”, declarou.

Miguel Conde afirmou que é muito diferente assistir as mesas como curador. “Você está muito ansioso para ver o que vai acontecer”, justificou, acrescentando as mesas que mais lhe agradaram. “Destacaria as duas mesas de hoje de manhã: a conversa da Jackie Kay com o Carpinejar foi muito legal e a presença dela aqui é um exemplo de como a Flip pode funcionar para apresentar novos autores. A mesa do Rubens Figueiredo com o Francisco Dantas também foi interessante. Não são autores muito eloquentes e a gente não sabia como iria funcionar, mas acabou sendo um papo bem legal!”, elogiou.

Miguel reforçou que ainda não há nada de concreto para o ano que vem. Assim como Munhoz, ele não falou sobre o homenageado da próxima edição. “Só vamos anunciar mesmo daqui a 45 dias”, explicou.

Munhoz elogiou o papel dos mediadores na dinâmica das mesas. “Acho que o mediador tem um papel muito importante e talvez o Brasil não estivesse acostumado com isso, mas melhorou muito”, afirmou, sendo complementado por Miguel. “Concordo com o Mauro. Acho que eles se saíram muito bem”, disse.

Eles também falaram sobre os números registrados nos dez anos da Flip. Foram 327 autores, na programação principal; 40 nacionalidades; 7 curadores e 10 homenageados.