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Indiano vê semelhanças entre favelas do Rio e Bombaim

O indiano Suketu Mehta participa da Flip 2012 em Paratt, no Rio de Janeiro (7/7/2012) - Walter Craveiro/Divulgação
O indiano Suketu Mehta participa da Flip 2012 em Paratt, no Rio de Janeiro (7/7/2012) Imagem: Walter Craveiro/Divulgação

Mauricio Stycer

Do UOL, no Rio

07/07/2012 11h50

Autor de “Bombaim: cidade máxima”, o indiano Suketu Mehta fez um paralelo com a situação das favelas em sua cidade natal e no Rio, durante debate na Flip, na manhã deste sábado. “Fiquei impressionado com a semelhança”.

Mehta dividiu a mesa com o antropólogo brasileiro Roberto DaMatta. Em pauta, o tema “Cidade e Democracia”, que não chegou a ser explorado.

Vivendo nos Estados Unidos, onde é professor de jornalismo, Mehta escreveu “Bombaim:cidade máxima” depois de viver a experiência do regresso. Permaneceu dois anos e voltou aos Estados Unidos. “Temos hoje na Índia muita falta de respeito por nossa civilização arruinada”.

Mehta esteve no Ro em dezembro de 2010. Passou uma semana em favelas da cidade – pacificadas e não-pacificadas.

“Fui em um baile funk. Vi um menino de 12 anos segurando um fuzil AK 47 e cocaína em um saco de lixo gigante”, disse sobre uma das visitas. “Na outra, fui a um clube de jazz, tendo um batalhão do Bope no pé do morro.” E ironizou: “Este é o futuro das favelas”.

Mehta também fez considerações interessantes sobre conjuntos habitacionais que viu. “São todos iguais, em todos os lugares do mundo. Todos foram projetados por um mesmo arquiteto louco e surdo”, disse. “Não ouve os que os moradores dizem para ele”.

O escritor vê essas habitações populares como monocromáticas e geométricas, em oposição às coloridas e caóticas favelas.