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História de estudantes de teatro em "Fame" ganha musical nesta sexta (11), em São Paulo

No espetáculo "Fame", Paloma Bernardi interpreta a jovem e inconsequente Carmem Diaz, uma artista que não mede consequências para ficar famosa - Leandro Moraes/UOL
No espetáculo "Fame", Paloma Bernardi interpreta a jovem e inconsequente Carmem Diaz, uma artista que não mede consequências para ficar famosa Imagem: Leandro Moraes/UOL

Estefani Medeiros

Do UOL, em São Paulo

11/05/2012 07h15

Carmem Diaz é uma jovem estudante de teatro ambiciosa e sonhadora que busca o estrelato sem medir as consequências de seus passos. A história base da série e do filme “Fame”, criada em 1980, chega ao Brasil depois de 30 anos nesta sexta (11), em musical apresentado no Teatro Frei Caneca, em São Paulo.

Diretor da peça, o performer americano Billy Johnstone acredita que trazer esse tipo de espetáculo para o país é um jeito de reviver os bons tempos da Broadway. "Dá para sentir essa nova energia que Nova York, por exemplo, perdeu", disse em entrevista para a imprensa realizada na quarta (10), sobre a escolha do elenco. 

A energia a que Johnstone se refere foi a que encontrou em uma escola de jovens atores paulistana, a 4Act, que tem em seu dia-a-dia aulas de dança, música e atuação, processo semelhante ao vivido pelos personagens de “Fame”. A diferença é que o jovem elenco brasileiro passou por uma etapa de seleção pouco comum nas audições de musicais: um workshop de duas semanas onde cada ator pôde ser escolhido por seu desempenho. "Foi por esse processo diferente que decidi vir fazer o musical", explica o diretor.

Para o elenco, três famosos novatos no mercado musical foram convidados a fazer parte da produção e se tornar estudantes de música e dança. A atriz Paloma Bernardi (de “Insensato Coração”), que faz a protagonista Carmem, Klebber Toledo (de “Morde & Assopra”), que faz o estudante Nick Piazza e a apresentadora da MTV, Mari Moon.

"Eu e Klebber estamos tendo aulas particulares de canto, o que nunca fiz antes. Ainda estou em processo de aprimoramento, com um friozinho na barriga, mas estou segura”, disse Paloma. "Por mais que eu venha trabalhando desde o início do ano, têm atores que cantam há muito tempo. Não vou ser um cantor em três meses", completa Klebber.

O frio na barriga de Paloma e a o realismo de Klebber têm razão de ser. Os três meses de aulas dos protagonistas ainda não produziram os efeitos desejados para cantar músicas adaptadas, com notas altas e em português.

Quando o UOL assistiu a passagem de cena, a dois dias da estreia, ambos estavam seguros quanto a atuação, mas escorregaram em afinações e se desencontraram do tempo da orquestra, o que aumenta ainda mais a dificuldade para os atores tocando ao vivo.

Já Mari Moon se sente mais confortável por estar  tocando bateria em um papel secundário. “Tivemos aulas de teatro e  dança. Meu papel é secundário, então, me sinto à vontade ao lado de pessoas tão talentosas”, afirmou. "Mas acho que estou mandando bem. A Grace é uma baterista que ama Pink Floyd, e eu também amo a banda. Estou com muita vontade de comprar uma bateria pra tocar em casa e perturbar os vizinhos", completou.

O espetáculo tem 33 atores no elenco, foi idealizado por David de Silva, e tem coreografia de Guto Muniz. A orquestra tem regência de Paulo Nogueira.

Em uma temporada de espetáculos musicais quente, que coloca à prova até títulos famosos do gênero como "Tim Maia", "Priscilla, Rainha do Deserto" e "A Família Addams", "Fame" ainda se mostra com jeito de estudante. 


"Fame, o Musical"
Onde:
Teatro Frei Caneca (Rua Frei Caneca, 569 , 6º andar) 
Quando: de 12 de maio a 29 de julho. Quintas-feiras às 21h, sexta às 21h30, sábado às 17h e 21h e domingo às 18h. 
Ingressos: R$140 (plateia A) e R$100 (plateia B)