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"Eu não seria nada sem Joãosinho", declara Neguinho da Beija-Flor durante velório

Neguinho da Beija-Flor (à dir.) e outros integrantes da escola de samba, no velório de Joãosinho - De Jesus/UOL
Neguinho da Beija-Flor (à dir.) e outros integrantes da escola de samba, no velório de Joãosinho Imagem: De Jesus/UOL

ALINE LOUISE

Colaboração para o UOL, de São Luís (MA)

18/12/2011 21h41

No início da noite, o artista Neguinho da Beija-Flor chegou ao velório de Joãosinho Trinta, que acontece desde a tarde deste domingo (18), no Museu Artístico e Histórico do Maranhão, em São Luís (MA). "Eu não seria nada sem Joãosinho. O Rio de Janeiro e o Brasil todo está de luto. A família do samba e do Carnaval está super triste", lamentou.

Sobre o número baixo de pessoas no velório, Neguinho disse que isso não faz diferença. "O que importa é a representatividade. O Brasil todo sabe da falta que o Joãosinho Trinta vai fazer. Se ele estivesse na China ou no Japão eu iria, pra prestar homenagem. Ele revolucionou o Carnaval", opina. O artista disse que Joãosinho ajudou a modificar e engrandecer a tradicional festa brasileira, transformando-a no maior espetáculo audiovisual do mundo. "Isso se deve a ele", afirmou.

Selminha Sorriso, atual passista da Beija-Flor, também compareceu à despedida. "Nós iríamos fazer uma homenagem em um momento de alegria, mas agora será em um momento de gratidão e reverência", disse. A passista se referia ao enredo do Carnaval de 2012 da escola, que falará sobre o Maranhão e teria uma homenagem ao carnavalesco no último carro do desfile, com a presença do próprio Joãosinho.

Outra integrante da agremiação que esteve presente na cerimônia é Pinah. Há 35 anos na escola de samba, ela ficou conhecida por fazer até mesmo o Príncipe Charles sambar. "Ele (Joãosinho) é o meu criador e criou o Neguinho também. Sempre fui a menina dos olhos dele. Tudo o que aprendi, até mesmo a postura, foi o Joãosinho que me ensinou. Vai ficar um vazio no Carnaval carioca", disse a ex-porta-bandeira.

A presidente Dilma Rousseff, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e o presidente do Senado, José Sarney, enviaram coroas de flores em homenagem ao carnavalesco.

Joãosinho morreu no sábado (17), aos 78 anos, de choque séptico devido a pneumonia e infecção urinária. Ele estava internado desde o último dia 3 na UTI do UDI Hospital, na capital maranhense. O corpo seria transferido no fim da noite deste domingo para o Teatro Arthur Azevedo, também em São Luís. Segundo o UOL apurou, o carnavalesco desejava ser velado no local. Porém, houve mudança de planos e o corpo permanece no Museu, onde será realizada uma missa nesta segunda (19), às 9h30 (horário de Brasília). O enterro será no cemitério do Gavião, em São Luís, às 11h (horário de Brasília).