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"Palhaceata" promove protesto bem-humorado pelos direitos dos artistas de rua

RENATO DAMIÃO

No Rio

07/12/2011 17h50

Com lemas como "Palhaço sim, Bobo nunca", "Respeite meu nariz" e "A Copa é nossa, a cozinha e a praça também" teve início a "Palhaceata" nesta quarta-feira (7) no Largo do São Francisco, na região central do Rio de Janeiro.

O evento faz parte da décima edição do Encontro Internacional de Palhaços e reuniu dezenas de artistas de rua que reivindicaram o direito de ocupação do espaço público. "Os palhaços estão aqui para alertarem a importância da alegria. A cidade precisa que seus espaços públicos sejam ocupados pela arte e o que temos visto são esses artistas serem tratados como marginais, bandidos. Hoje vamos colocar nosso bloco na rua, somos os homens bomba da alegria", disse João Artigos, organizador do evento.

Luiz Fernando Azevedo, o palhaço Xixi, carioca de 23 anos escolheu ser palhaço para "dizer a verdade" e Pedro Serejo, o palhaço Cereja, contou que na primeira vez em que colocou uma nariz de palhaço descobriu sua verdadeira vocação. Quanto ao "choque de ordem", conjunto de medidas adotadas pelo Estado do Rio de Janeiro, que tem proibido a presença dos artistas em praças, por exemplo, ele reclama: "Aqui no Rio de Janeiro quem não paga imposto é criminoso, não há a cultura do artista de rua".

O palhaço Tomate, veterano na arte do riso, saiu da Argentina para participar do encontro. Com 24 anos de profissão, ele já passou pelo Brasil, Arábia Saudita e Europa e foi responsável por criar o enorme dragão formado por balões coloridos que chamou atenção dos transeuntes que cruzaram a passeata. "Queremos atrair as pessoas", afirmou ele em sua quarta passagem pelo Brasil. Durante o trajeto, os artistas invadiram lojas, fizeram graça para vendedores e interromperam o expediente dos prédios comerciais da rua Sete de Setembro, muitas pessoas acenavam das janelas animadas pelo cortejo. A "Palhaceata" teve fim na Praça 15, em frente ao Tribunal de Justiça.