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Prêmio Jabuti não mudou por conta de polêmica de Chico Buarque, diz curador

ANA OKADA

Em São Paulo

01/12/2011 01h11

Na entrega do 53º Prêmio Jabuti realizada nesta quarta-feira (30), o curador José Luiz Goldfarb explicou que os critérios da honraria não mudaram por conta da polêmica ocorrida no ano passado. O livro "Leite Derramado", de Chico Buarque, havia ganho o troféu de "Livro do Ano", apesar de ter ficado em segundo lugar na categoria de ficção.

"Já haviam conversas para que houvesse uma mudança, porque havia uma predominância dos 2ºs e 3ºs lugares entre os vencedores, e isso me causava certo incômodo, porque, para quem olha de fora, isso causava sempre um certo estranhamento", diz.

  • Fabio Braga/Folhapress

    Ferreira Gullar e Laurentino Gomes posam para foto depois de ganharem Prêmio Jabuti 2011 de "Livro do Ano"

Na época, a editora Record, que produziu o primeiro colocado da categoria, "Se Eu Fechar os Olhos Agora" (ed. Record), de Edney Silvestre, registrou queixa na Câmara Brasileira do Livro e ameaçou deixar o prêmio. Depois que as novas regras foram anunciadas, no começo do ano, a editora continuou no Jabuti.

Com as mudanças, só os primeiros colocados podem concorrer à premiação máxima, de "Livro do Ano".

Para Goldfarb, as reclamações da época foram um "choro de fim de campeonato". "Só houve choro depois que acabou o campeonato. Não adianta o editor vir reclamar das regras depois da premiação. Naquele ano, o Chico não ganhou só o nosso prêmio, mas também o Portugal Telecom", comenta.

Apesar da polêmica, ele comemora as mudanças, que classifica como benéficas para o Jabuti. "Elas valorizam o prêmio, que afunilou a competição entre os melhores."

Neste ano, o prêmio de "Livro do Ano" de ficção ficou com o escritor Ferreira Gullar, por "Em Alguma Parte Alguma". Laurentino Gomes ganhou o "Livro do Ano" de não ficção por "1822".