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30ª Bienal de SP lança concurso para escolher identidade visual da mostra

Urubus da instalação "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, deram o que falar na última edição do evento, ocorrida em 2010 - Eduardo Knapp/Folhapress
Urubus da instalação "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, deram o que falar na última edição do evento, ocorrida em 2010 Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

Mario Gioia

Colaboração para o UOL

20/07/2011 20h27Atualizada em 20/07/2011 20h33

Os curadores da 30ª Bienal de São Paulo divulgaram nesta quarta-feira (20) um concurso nacional que selecionará os criadores para a identidade visual da mostra, uma das principais em âmbito mundial (ao lado da Bienal de Veneza e da Documenta de Kassel). A próxima Bienal será no segundo semestre de 2012.

O edital será disponibilizado no site da fundação a partir de 1º de agosto. Doze profissionais serão escolhidos para participar de um workshop entre os dias 3 a 7 de outubro no Centro Universitário Senac, no bairro de Santo Amaro (zona sul de São Paulo). Nomes reconhecidos no meio, como Daniel Trench, Elaine Ramos e Jair de Souza, além da dupla holandesa Mevis & Van Deursen, participarão da seleção. Ao lado de representantes do design do evento, do setor educativo e, com prevalência, da equipe curatorial da 30ª edição, serão escolhidas as 12 melhores propostas.

Segundo o coordenador da área de design do evento, André Stolarski, o edital surgiu porque o conceito de design da Bienal mudou: “A exposição, feita a cada dois anos, é de caráter mutante, mas o conceito curatorial desta edição mudou todo o processo de design da mostra”, disse.

A 30ª Bienal tem como título “A Iminência das Poéticas” e terá um grupo menor de artistas a serem apresentados - na edição passada, 159 tiveram trabalhos dispostos, em sua maioria, no Pavilhão da Bienal, edifício projetado por Oscar Niemeyer.

“O principal é a ideia de como o projeto pensará essa identidade visual nas mais diversas aplicações. Imagens de referência, um texto que justifique a proposta, um currículo e um portfólio resumidos complementam as exigências”, diz Stolarski. “Mas não é só uma coisa de Photoshop e Illustrator, o projeto tem de ser amplo, pensar no diálogo com um evento do porte de uma Bienal e no trabalho coletivo que resultará do workshop.”

Apesar de os artistas participantes da Bienal só serem anunciados em dezembro, o sergipano Arthur Bispo do Rosário (1911-1989) e o alemão Hans-Peter Feldman já estão entre os confirmados para a exposição.

“Constelações”

De acordo com o curador-chefe da Bienal, o venezuelano Luis Pérez-Oramas, do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), o processo de criação da identidade visual da 30ª Bienal leva em conta o conceito de “constelações” utilizado pela curadoria.

“É muito importante unir a identidade visual com as outras plataformas poéticas da mostra [com quatro definições: Sobrevivências, Derivas, Vozes e Alterformas]”, afirma Oramas. “Essa convocatória pública tem a ver com a idéia que temos da Bienal, que é a relação forte com o lugar em que ela é realizada. Não quisemos impor uma ação individual, isolada, autoritária.”

O curador venezuelano forneceu poucas informações sobre os artistas que participarão da mostra, mas informou algumas linhas gerais que regerão o evento. “O importante são as articulações que criaremos, muito mais que nomes. Estamos muito empenhados nisso agora”, contou. “No entanto, sem dúvida, teremos uma Bienal mais coesa [que a anterior].”