MP pede abertura de inquérito contra Rafinha Bastos por suposta apologia a estupro; humorista não comenta
O Ministério Público do Estado de São Paulo requisitou nesta quinta (07) a abertura de inquérito policial contra Rafinha Bastos pelas declarações sobre estupro registradas em apresentações de stand-up e em entrevista publicada na edição de maio da revista "Rolling Stone". Procurada pela reportagem do UOL, a assessoria de imprensa do humorista disse que ele não comentaria o fato.
O integrante do programa "CQC" (Band) disse: "Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho. Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus".
A promotora de Justiça Valéria Diez Scarance Fernandes, coordenadora do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar da Capital, diz no ofício -- encaminhado ao Departamento de Polícia Judiciária de Capital (DECAP) -- que Bastos compara o estupro a “uma oportunidade” para determinadas mulheres, e o estuprador, a um benfeitor, digno de "um abraço".
"O estupro é um crime. O estuprador é um criminoso que deve ser punido e não publicamente incentivado", diz Valéria em comunicado que está no site do Ministério Público. “Dessa forma, [é] imperiosa a instauração de inquérito policial para a apuração dos fatos.”
O comediante Rafinha Bastos foi eleito a pessoa mais influente do Twitter, em pesquisa divulgada em março pelo jornal "The New York Times". Ele é também o apresentador do programa "A Liga", da Band.
Repúdio
Em junho, o Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo, órgão institucional formado por representantes da sociedade e do poder público, divulgou nota de repúdio contra o humorista Rafinha Bastos.
"A liberdade de expressão, direito previsto constitucionalmente, encontra limite quando em choque com outro direito, que é o da dignidade da pessoa humana, que está acima de qualquer outro", dizia a nota. "No caso, estamos a falar da dignidade da mulher, do direito assegurado internacional e nacionalmente de não ter sua imagem estereotipada, bem como ter o direito à escolha de com quem manter relação sexual."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.