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MP pede abertura de inquérito contra Rafinha Bastos por suposta apologia a estupro; humorista não comenta

O comediante Rafinha Bastos - Divulgação
O comediante Rafinha Bastos Imagem: Divulgação

Da Redação

07/07/2011 18h35

O Ministério Público do Estado de São Paulo requisitou nesta quinta (07) a abertura de inquérito policial contra Rafinha Bastos pelas declarações sobre estupro registradas em apresentações de stand-up e em entrevista publicada na edição de maio da revista "Rolling Stone". Procurada pela reportagem do UOL, a assessoria de imprensa do humorista disse que ele não comentaria o fato.

O integrante do programa "CQC" (Band) disse: "Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra caralho. Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus".

A promotora de Justiça Valéria Diez Scarance Fernandes, coordenadora do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar da Capital, diz no ofício -- encaminhado ao Departamento de Polícia Judiciária de Capital (DECAP) -- que Bastos compara o estupro a “uma oportunidade” para determinadas mulheres, e o estuprador, a um benfeitor, digno de "um abraço".

"O estupro é um crime. O estuprador é um criminoso que deve ser punido e não publicamente incentivado", diz Valéria em comunicado que está no site do Ministério Público. “Dessa forma, [é] imperiosa a instauração de inquérito policial para a apuração dos fatos.”

O comediante Rafinha Bastos foi eleito a pessoa mais influente do Twitter, em pesquisa divulgada em março pelo jornal "The New York Times". Ele é também o apresentador do programa "A Liga", da Band.

Repúdio
Em junho, o Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo, órgão institucional formado por representantes da sociedade e do poder público, divulgou nota de repúdio contra o humorista Rafinha Bastos.

"A liberdade de expressão, direito previsto constitucionalmente, encontra limite quando em choque com outro direito, que é o da dignidade da pessoa humana, que está acima de qualquer outro", dizia a nota. "No caso, estamos a falar da dignidade da mulher, do direito assegurado internacional e nacionalmente de não ter sua imagem estereotipada, bem como ter o direito à escolha de com quem manter relação sexual."