Artista mexicano instala nove árvores sobre o rio Tamanduateí (SP)
O rio Tamanduateí, na capital paulista, vai ganhar um "jardim aéreo". Isto porque nove árvores de diversas espécies estão sendo suspensas sobre ele, como parte da intervenção artística "Errante", do mexicano Hector Zamora. O resultado da ação, que será aberta ao público no próximo domingo (10), pode ser visto até o dia 28 de novembro.
Os exemplares vão ocupar cerca de 200 metros da extensão do rio --entre o Mercado Municipal e a ponte do Parque Dom Pedro 2º--, têm de sete a oito metros de altura e pesam cerca de duas toneladas. Segundo o artista, a intervenção é uma crítica ao desenvolvimento urbano não planejado e remete ao debate sobre arte e ecologia.
As árvores estão sendo presas a uma estrutura metálica como um gigantesco vaso de plantas, e suspensas por cabos de aço tensionados. Estas espécies (uma Copaíba, Sapucaia, Mirindiba, Magnólia, Ipê-rosa, além de duas Canafístula e dois Jequitibá) foram cultivadas em um viveiro situado na rodovia Dutra, perto de São Paulo. Ao término da obra, deverão ser replantadas.
Artista engajado
Hector Zamora é artista residente no Brasil há três anos e reconhecido por suas intervenções artísticas baseadas em pesquisas sobre a memória de um lugar e de seus habitantes. O trabalho integra o projeto "Margem", do Itaú Cultural, que, sob curadoria do urbanista Guilherme Wisnik, planeja a criação de intervenções site-specific [feitas exclusivamente para o lugar] em cidades brasileiras, tendo como tema de reflexão os rios urbanos e suas margens.
Além deste trabalho no Tamanduateí, Zamora é autor de outras ações que ganharam repercussão no Brasil e no mundo. Na 27ª Bienal Internacional de São Paulo, em 2006, o artista fez uma intervenção com a artista Lucia Koch: na subida da rampa do pavilhão Ciccillo Matarazzo, construíram um muro de elementos vazados, com peças cujas dimensões e ângulos foram alterados em relação aos blocos usados na construção civil. Antes disso, em 2005, construiu no terraço da Casa Encendida, de Madri, um mini-bairro de casas feitas com caixas de papelão resgatadas do lixo das ruas.
Já em "Paracaidista, Av. Revolución 1608 bis", realizado no México, Zamora construiu no topo do edifício um gigantesco casulo construído com materiais precários e que abraçava uma das paredes externas do museu. Ele viveu durante três meses nesta espécie de barraco semelhante aos das construções informais nas favelas brasileiras. O artista desviava energia e água do museu para abastecer a casa, prática conhecida como "gato" no Brasil.
"ERRANTE", POR HECTOR ZAMORA
Quando: de 10 de outubro a 28 de novembro de 2010
Onde: avenida do Estado, São Paulo-SP --entre o Mercado Municipal e a ponte do Parque Dom Pedro 2º, sobre o córrego do rio Tamanduateí, ao lado dos edifícios "São Vito" e "Mercúrio"
Quanto: grátis
Informações: 0/xx/11/2168-1776/1777 e site do Itaú Cultural.
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