Com Milo Manara, feira de HQ e cultura pop ocorre em novembro no Rio

Inspirada em convenções de quadrinhos da Europa e, ao mesmo tempo, buscando uma conexão com as grandes feiras de cultura pop dos EUA, a primeira edição do Rio Comicon se prepara para ocupar, entre 9 e 14 de novembro, a estação Leopoldina, na região central do Rio.

Com o mestre da HQ erótica Milo Manara entre os convidados, o evento deve abordar não apenas histórias em quadrinhos, mas assuntos que dialogam com o tema, como animes e cosplay. O molde é uma tendência das feiras de quadrinhos atuais.

“Por se tratar de um evento comercial, temos também que levar em conta cinema, televisão, super-herói”, explica o organizador Roberto Ribeiro, da editora Casa 21, que já esteve à frente do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), em Belo Horizonte, e da Bienal de Quadrinhos do Rio de Janeiro, na década de 1990.

A própria expressão "comicon" no nome do evento reflete a preocupação em entrar no circuito das feiras internacionais. "Adotamos esse nome primeiro pela facilidade de explicar para o artista estrangeiro o que é o evento e, segundo, porque existe um circuito de 'comicons' no mundo e queremos fazer intercâmbio de atrações", explica Ricky Goodwin, também organizador da convenção.

Além do italiano Manara, que vem pela primeira vez ao Brasil, a lista dos convidados internacionais do Rio Comicon tem o norte-americano Kevin O’Neill, criador da série "A Liga Extraordinária" ao lado de Alan Moore; os britânicos Melinda Gebbie, criadora da HQ “Lost Girls” (e mulher de Moore), e Paul Gravett, autor de "Mangá - Como o Japão Reinventou os Quadrinhos"; o francês François Boucq, desenhista que já trabalhou com Alexandro Jodorowsky; os argentinos Lucas Nine, com histórias na "Fierro", e Patricia Breccia, filha do cartunista Alberto Breccia (1919 - 1993), entre outros.

Já na lista de nacionais estão Angeli, Laerte, Lourenço Mutarelli, Ota, Rafael Coutinho ("Cachalote"), Rafael Grampá ("Mesmo Delivery"), os irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá. Veja no site da convenção, que foi ao ar esta quinta-feira (30), a lista completa de participantes e a programação parcial das atividades.

Os convidados estarão em palestras, mesas de debates e exposições. Suas HQs, inclusive títulos que não foram lançados no Brasil, serão vendidas em uma única livraria que representará todas as editoras, conta Ribeiro.

Em relação ao fanzine, meio de publicação muito comum entre os quadrinistas, o organizador Ricky Goodwin diz que a feira terá um espaço dedicado a produção independente atual.

“O fanzine tem papel muito importante no Brasil, há uma produção nacional muito forte que escoa para esse lado”, acredita ele, que já organizou o Salão Carioca de Humor e o Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro.

Com patrocínio da empresa de telefonia Oi, apoio da Prefeitura do Rio, do Consulado Geral da França e Instituto Italiano de Cultura, o Rio Comicon prepara também shows, projeções –- uma mostra de filmes de animação da San Diego Comic-Con está prevista para a feira --, espaço para tatuagem e grafite dispostos ao longo de 3 mil m² na estação ferroviária desativada.

RIO COMICON
Quando: de 9 a 14/11, das 13h às 22h
Onde: Estação Leopoldina (rua Francisco Bicalho, s/nº, Rio de Janeiro)
Quanto: R$ 10 por dia (R$ 5, meia entrada; crianças com até 12 anos e maiores de 60 anos têm a entrada gratuita, assim como portadores de deficiência física)
Mais informações: site oficial do evento