Artista franco-americana Louise Bourgeois morre aos 98 anos nos Estados Unidos
A artista plástica franco-americana Louise Bourgeois morreu aos 98 anos nesta segunda-feira (31) em um hospital em Nova York.
Nascida na França e radicada nos Estados Unidos no dia 25 de dezembro de 1911, Louise ganhou fama tardiamente com suas esculturas abstratas feitas em madeira, aço, pedra e borracha, além de desenhos e gravuras.
Bourgeois quem fez a escultura "Aranha", parte do acervo permanente do MAM (Museu de Arte Moderna) no parque Ibirapuera, em São Paulo, e que pode ser vista na marquise do local.
A artista se notabilizou pela abordagem agressiva e explícita do sexo em suas obras, centradas no estudo do corpo humano e na necessidade de proteção diante de um mundo assustador. Ela costumava se inspirar em episódios de sua infância para fazer suas obras, marcadamente a relação entre seus pais, que mantinham um relacionamento infiel mas se recusavam a admiti-lo. A série de aranhas desenvolvida a partir dos anos 90, inclusive, representa estas inquietações familiares.
Louise Bourgeois participou de diferentes correntes artísticas, primeiro nos Estados Unidos sob a influência do surrealismo, e a partir de 1960 da escultura em metal, realizando grandes instalações.
"Ela teve uma coisa exemplar que é a característica utópica do artista de seguir trabalhando independente de sexo, idade. Isso cumpre o papel universal do artista, o que você acha que um artista é, deve ser, ela foi", diz a artista plástica brasileira Leda Catunda. Veja aqui a repercussão da morte.
Entre as obras mais conhecidas de Bourgeois está "Nature Study" (1984), uma esfinge sem cabeça com múltiplos seios. Já uma das consideradas mais provocativas é a "Fillette” (1968), um grande pênis de látex. Veja mais obras de artista.
Ela teve uma coisa exemplar que é a característica utópica do artista de seguir trabalhando independente de sexo, idade. Isso cumpre o papel universal do artista
Leda Catunda, artista brasileiraBiografia
Na juventude em Paris, a artista trabalhou como assistente do artista francês Fernand Léger (1881 - 1955). Em 1938, Bourgeois se casou com o historiador de arte americano Robert Goldwater e se mudou de Paris para Nova York, onde continuou seus estudos de artes. Na cidade norte-americana, ela passou a exibir suas obras por volta da década de 1940.
Durante as décadas de 1950 e 1960, a franco-americana teve pouco reconhecimento no universo das artes, para a partir de 1970 ganhar mais notoriedade. No final desta década a artista compra um ateliê no Brooklyn e passa a integrar a American Academy of Arts and Sciences de Nova York, multiplicando suas exposições.
Em 1982, o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa) apresenta a primeira grande retrospectiva da obra de Louise.
-
No Museu Guggenheim de Bilbao, escultura "Maman", de Louise Bourgeois, em registro de 2001
Em 1993, Bourgeois desenhou o pavilhão norte-americano na Bienal de Veneza, para dois anos depois, em 1995, ganhar retrospectiva no Museu de Arte Moderna de Paris.
Já em 2000, a artista ganhou homenagem da dramaturga brasileira Denise Stoklos, que estreou em Nova York espetáculo fazendo referência ao universo de Bourgeois.
Em 2007, a Tate Modern em Londres organizou uma grande retrospectiva do trabalho da artista. Esta exposição viajou em 2008 para o Centro Georges Pompidou, em Paris, depois ao Solomon R. Guggenheim Museum, em Nova York e, em 2009, foi exibida em Los Angeles no Museu de Arte Contemporânea e em Washington.
Ano passado, em 2009, Louise Bourgeois entrou para o Hall da Fama das Mulheres.
Exposição na Itália
A fundação italiana Emilio e Annabianca Vedova se prepara para abrir, esta sexta-feira (4/6) em Veneza, uma exposição com obras inéditas de Bourgeois.
De acordo com declaração da organização da fundação à agência AFP, a artista inclusive particiou ativamente da montagem da mostra "até dois dias atrás".
*Com agências internacionais. Atualizado às 23h47.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.