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Obras de cinco mestres orçadas em € 100 milhões são furtadas em museu de Paris

Funcionários da polícia procuram por pistas enquanto empacotam as molduras dos quadros furtados do Museu de Arte Moderna de Paris (20/05/2010) - Jacques Brinon/AP
Funcionários da polícia procuram por pistas enquanto empacotam as molduras dos quadros furtados do Museu de Arte Moderna de Paris (20/05/2010) Imagem: Jacques Brinon/AP

Da Redação*

20/05/2010 09h37

* Atualizado às 15h05

Cinco quadros de grandes mestres avaliados em  € 100 milhões (cerca de R$ 227 milhões), entre eles uma obra de Picasso e outra de Matisse, foram furtados durante a madrugada desta quinta-feira do Museu de Arte Moderna de Paris, informou a prefeitura de Paris à agência AFP. O valor é cinco vezes menor que o anunciado horas antes pelas fontes judiciais, de € 500 milhões.

Bertrand Delanoë, prefeito de Paris, disse ter ficado consternado com o roubo que afeta o "patrimônio cultural universal" da capital francesa.

As pinturas furtadas são "Le Pigeon aux petits pois" ("O Pombo e as Ervilhas"), de Picasso, "La Pastorale" ("A Pastoral"), de Henri Matisse, "L'Olivier Près de L'Estaque" ("A Oliveira Próxima a Estaque"), de Georges Braque, "La Femme à L'éventail" ("A Mulher Com Leque"), de Modigliani, e "Nature Morte Aux Chandeliers" ("Natureza Morta com Candelabros"), de Fernand Léger.

  • Divulgação

    "O Pombo e as Ervilhas", do espanhol Pablo Picasso: uma
    das obras furtadas em Paris

O furto foi descoberto às 6h50 (1h50 de Brasília), antes da abertura do museu, que fica no residencial distrito 16 de Paris.

Segundo a agência BBC, imagens gravadas por uma câmera de segurança do museu revelaram que uma pessoa entrou no prédio por uma das janelas. De acordo com a polícia, o homem estava vestido de preto e usava uma máscara. As imagens mostram que ele cortou as telas com uma espécie de estilete e saiu do museu com as obras enroladas.

Responsáveis pelo Museu de Arte Moderna constataram que o vidro de uma das janelas havia sido cortado e que o cadeado de um portão que dava acesso ao local havia sido quebrado. Uma unidade especial da polícia está investigando o caso.

Obras 'invendáveis'

Especialistas em arte consideram os quadros furtados invendáveis porque são muito famosos. Acredita-se que o crime possa ter sido encomendado por algum colecionador.

"Le Pigeon aux petits pois" ("O Pombo e as Ervilhas"), de Picasso, é um óleo de 65 centímetros de altura e 54 centímetros de largura terminado em 1912 e a obra mais cara entre as roubadas: seu preço ronda os 23 milhões de euros, afirmou à agência EFE Christophe Girard, responsável de Cultura da Prefeitura de Paris, proprietário do centro.

Furtos de quadros pertencentes a museus e também a colecionadores particulares têm ocorrido com uma certa frequência na França. Em dezembro passado, a tela "As Coristas", de Degas, foi furtada do Museu Cantini, em Marselha. A obra, que pertencia ao Musée d’Orsay, em Paris, havia sido emprestada ao museu do sul da França para uma exposição.

Medidas de segurança

Há dúvidas sobre as medidas de segurança do centro, sobretudo depois que seus responsáveis se negaram a confirmar se o museu tinha ou não alarme.

Christophe Girard detalhou que três seguranças vigiam o museu durante toda à noite e que ele é equipado com câmaras de segurança, mas se negou a desmentir as informações de que o centro carece de alarme. "Temos que descobrir como os ladrões conseguiram burlar o sistema de segurança", disse o responsável de Cultura da Prefeitura de Paris, que precisou que o golpe foi obra de "um ou dois indivíduos" bem organizados.

Girard afirmou que a área pela qual o ladrão entrou é muito pouco frequentada à noite, por isso ninguém denunciou o delito.

Os três seguranças estão sendo interrogados pela Polícia, que além disso procura impressões digitais nas molduras que estavam ao redor das obras roubadas e no resto do museu, fechado ao público enquanto durarem as investigações.

O Museu de Arte Moderna de Paris foi inaugurado no início da década de 60. A coleção permanente da instituição, que tem obras, entre outros, de Delaunay, Derain e Bonnard, foi formada graças à contribuição de colecionadores privados. Leia mais sobre o museu aqui.

*Com agências internacionais