Cartunistas Angeli e Laerte prestam homenagem a Glauco durante debate que reuniria Los 3 Amigos
JOSÉ BUENO DE SOUZA
Da Redação
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Band News
Cartunista Glauco, morto a tiros em São Paulo no dia 12 de março
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A ausência do cartunista Glauco – morto a tiros no último dia 12, em São Paulo – foi uma das marcas do debate que reuniu os também cartunistas Angeli e Laerte no último dia do evento Risadaria, em São Paulo.
Inicialmente planejado para reunir depois de muitos anos os criadores dos personagens Los 3 Amigos, a discussão entre os cartunistas foi oferecida à memória de Glauco. “Ele estava animado com este debate, não era comum ele vir a este tipo de evento, por isso também gostaria de prestar homenagem ao Glauco aqui”, disse o cartunista Laerte.
Em suas falas durante a discussão que lotou o teatro dedicado a debates no evento, os dois cartunistas relembraram diversas vezes a presença de Glauco em seus trabalhos, em especial sobre o trabalho conjunto nos personagens Los 3 Amigos. “O Glauco tinha dificuldades de chegar no horário, então o personagem dele sempre fazia as trapalhadas nas histórias. O Glauco era o cara que faltava mas de quem a gente ficava sentindo falta”, relembrou Angeli.
“Ele no trabalho tinha aquela coisa da velha imprensa, de fazer as coisas muito rápidas e sair para curtir a vida. Ele fazia sempre a mesma coisa e era isso que as pessoas gostavam. Às vezes eu dava umas broncas nele, e olhava de forma crítica o seu trabalho, mas era isso que ele fazia bem e não dava certo quando tentava fazer algo diferente”, completou Angeli relembrando a relação pessoal e profissional que tinha com Glauco.
Laerte também tentou avaliar a importância do trabalho do cartunista. “O Glauco tinha um traço influenciado pelo Henfil, era muito próprio, caligráfico. As figuras que ele desenhava estavam em todas as posições ao mesmo tempo. Não sei bem o que estou tentando dizer. Era um cara que estava vivo até há duas semanas...”, disse emocionado.
Humor e política
Com a mediação – um pouco atrasada – do colunista do UOL e da Folha de S. Paulo, José Simão, o debate abordou as trajetórias dos humorista, que comentaram suas carreiras e opinaram sobre o humor atual.
Mesmo com a importante presença do humor político no trabalho dos três participantes, os humoristas procuraram desmistificar a importância da política. “A fonte do humor é o universo das idéias do humoristas. Se as pessoas estão fazendo coisas ridículas, elas serão fontes de inspiração para o humor”, resumiu Laerte.