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Oscar terá padrões de diversidade em filmes a partir de 2024

09/09/2020 12h18

Los Angeles (EUA), 8 set (EFE).- A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou nesta terça-feira que mudará substancialmente o regulamento do Oscar para exigir que os indicados a melhor filme atendam a padrões mínimos de inclusão e diversidade racial.

Os padrões de inclusão da Academia não serão estritamente aplicados antes da premiação de 2024, mas serão levados em consideração a partir de 2022, já que para 2021 a grande maioria dos filmes que devem concorrer já foram lançados e/ou rodados.

Entre os requisitos - que por enquanto não precisam ser atendidos por todos - estão que pelo menos um dos protagonistas represente minorias, ou 30% do elenco secundário, assim como a equipe técnica por trás das câmeras.

"Acreditamos que estes padrões de inclusão serão um catalisador para mudanças essenciais e duradouras em nossa indústria", disse David Rubin, presidente da instituição, e Dawn Hudson, CEO, em comunicado.

O anúncio foi feito em uma época de protestos raciais nos Estados Unidos e após vários anos em que a Academia foi criticada pela falta de diversidade entre os indicados, o que além do mais refletiu a dinâmica do trabalho na indústria audiovisual dos EUA.

Segundo os executivos, as novas regras são uma "abertura" que pretende garantir que os filmes reconhecidos no Oscar "reflitam a diversidade da população global" tanto na criação de filmes quanto na apresentação ao público.

ALTOS PADRÕES DE INCLUSÃO A PARTIR DE 2024.

Para as edições do Oscar de 2022 e 2023, todos os filmes que quiserem competir apresentarão uma ficha mostrando os requisitos que cumprem, embora estes não sejam exigidos até 2024.

A Academia de Hollywood estipulou que as produções que concorram a melhor filme devem atender a pelo menos dois dos quatro padrões, que são representação na tela, trabalho de equipe criativa, oportunidades de acesso à indústria audiovisual e/ou promoção do público.

Para a parte de representação na tela e narrativa, o filme deve incluir um dos três seguintes critérios: um dos protagonistas deve ser de uma minoria racial; 30% do elenco secundário deve ser de grupos pouco representados ou a história deve ter como foco representantes de um desses grupos.

Para a seção de equipe criativa, os três critérios entre os quais um deve ser cumprido são: ao menos dois dos cargos de gerência criativa deverão ser de grupos pouco representados; que eles façam parte de seis cargos inferiores ou que pelo menos 30% da equipe seja composta por esses grupos.

Da mesma forma, os padrões de oportunidades de acesso e desenvolvimento/promoção do público exigem que os cargos de bolsistas e estagiários ou gerentes e publicitários em cada projeto levem em conta estes critérios de diversidade.

Por minoria racial, a Academia cita: asiáticos, latinos/ hispânicos, negros/afro-americanos, indígenas, pessoas do Oriente Médio, nativos do Havaí ou das ilhas do Pacífico e "outras raças ou etnias pouco representadas".

Grupos pouco representados na tela, segundo a Academia, incluem: mulheres, minorias raciais, LGBTQ+ ou pessoas com deficiência. EFE

romu/id