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Brasileira se torna 1ª mulher a competir em programa de forjar facas na TV

14/08/2020 03h29

Cidade do México, 13 ago (EFE).- A engenheira de petróleo e professora universitária Juliana Baioco, de 34 anos, nunca imaginou que a paixão pela forja a levaria ao "Desafio Sob Fogo - Brasil e América Latina", tornando-se a primeira mulher a fazer parte da competição.

"A responsabilidade de ser a primeira mulher no programa é muito grande. Comecei na cutelaria vendo 'Desafio Sob Fogo' e agora estou do outro lado da televisão", disse à Agência Efe a competidora brasileira, que enfrentará os desafios mais extremos da forja juntamente com outros sete concorrentes de diferentes países.

Essa responsabilidade pode ser encarada como motivação. Embora não se considere feminista, a engenheira ressaltou que as pessoas precisam normalizar que as mulheres são capazes de trabalhar como forjadoras.

"Gostaria muito que as pessoas desconstruíssem esta mentalidade de que a cutelaria é apenas para homens, que é possível que outras mulheres façam facas, que são perfeitamente capazes e que é normal, que só é preciso paixão e amor, que devem gostar da profissão e que isso abrirá mais caminhos para as mulheres nesta arte", argumentou.

Juliana foi convidada a participar do programa depois que o brasileiro Daniel Jobim, o vencedor da temporada anterior, a recomendou para o processo seletivo. Incrédula com o apoio recebido, ela aceitou.

"Tive de fazer uma faca da forja até aos testes, depois uma entrevista sobre a minha vida e alguns conceitos sobre forja e cutelaria. Quando me disseram que eu tinha sido selecionada e que seria a primeira mulher a participar no programa, as minhas pernas começaram a tremer", revelou.

O interesse pela cutelaria foi despertado graças ao programa do canal "History", e nunca mais parou.

"Eu me interessei por facas enquanto assistia ao 'Desafio Sob Fogo' e um dia pensei em fazer uma faca pelo menos uma vez na minha vida. Fiz um curso com uma professora e fui para um lugar longe da minha casa, e não parei desde então", explicou.

NOVIDADES DA TERCEIRA TEMPORADA.

O programa ganhará dois grandes nomes: o ator argentino Michel Brown, que será o anfitrião pela primeira vez, e o designer de facas filipino Doug Marcaida, o juiz da versão americana, que participará como juiz na América Latina durante toda a temporada.

A volta de Marcaida se deve ao fato de ter ficado fascinado pela forma como os forjadores latino-americanos trabalham ao longo dos programas, uma vez que, do seu ponto de vista, eles são mais criativos, apesar das carências materiais que possam existir no processo.

"Nos Estados Unidos, muitos dos participantes fazem a forja como hobby, e na América Latina, como um trabalho, de uma forma mais séria. Lá, eles se baseiam mais no que o livro diz. Aqui, fazem como podem para que funcione", analisou.

O programa, que começará a ser transmitido nesta quinta-feira, terá oito participantes que competirão por um prêmio de US$ 10 mil. Os bresileiros Tom Silva (2018) e Daniel Jobim (2019) foram os vencedores das duas primeiras temporadas.

Além de Marcaida, a terceira temporada terá jurados especializados já conocidos pelo público, como o argentino Mariano Gugliotta e o brasileiro Ricardo Vilar.