'The New York Times' prevê fim de edição impressa em até 20 anos
O CEO do "The New York Times", Mark Thompson, concedeu nesta segunda-feira entrevista à imprensa especializada em finanças durante a qual declarou que espera que o jornal não tenha mais uma edição impressa dentro de 20 anos.
"Eu definitivamente acho que o 'Times' será impresso por mais dez anos, e possivelmente 15 anos, talvez um pouco mais. Mas eu ficaria muito surpreso se ainda estiver sendo impresso em 20 anos", afirmou, durante programa da emissora "CNBC".
Assinatura e publicidade em queda
Mais de 900 mil pessoas assinam atualmente a versão impressa do periódico, fundado em 1851. Dessa forma, seria possível imprimi-lo sete dias por semana sem um único anúncio e ainda lucrar, de acordo com Thompson.
Mas os leitores estão cada vez mais acostumados a ler as notícias nas telas, como evidenciado pelos últimos resultados comerciais do "New York Times". Os dados mostram que no último trimestre, pela primeira vez, as receitas da versão digital foram maiores que as de sua versão em papel.
Além disso, a publicidade da versão impressa caiu mais de 50% no último trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, o que o CEO atribuiu a uma tendência generalizada, bem como aos efeitos econômicos do coronavírus.
"Estou cético sobre se podemos recuperar os níveis de 2019. Há muitos anos, já há declínios anuais. Acho que esse declínio é provavelmente inexorável", opinou.
Troca de comando
Thompson deixará seu posto à frente do jornal no próximo mês, após oito anos, e será substituído por Meredith Levien. Sob sua liderança, as assinaturas digitais aumentaram fortemente, de 1 milhão em outubro de 2015 para 5,7 milhões no final do segundo trimestre de 2020.
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