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Ícone da dança mundial, bailarina cubana Alicia Alonso morre aos 98 anos

17/10/2019 18h44

Havana, 17 out (EFE).- Figura lendária da dança clássica, a bailarina cubana Alicia Alonso morreu nesta quinta-feira, aos 98 anos, confirmou à Agência Efe um representante do Balé Nacional de Cuba (BNC).

Alicia estava internada no Centro de Investigações Médico Cirúrgicas (CIMEQ) de Havana e faleceu por volta das 12h (hora local). De acordo com a "Agência Cubana de Notícias", a causa da morte foi uma doença cardiovascular.  

Nos últimos meses circulavam pela Ilha comentários sobre o delicado estado de saúde da dançarina. No entanto, nenhuma pessoa próxima divulgou informações sobre sua internação.

Por conta desse mistério, não se sabe por quanto tempo Alicia esteve internada do CIMEQ, um prestigiado e discreto hospital militar que também recebe personalidades estrangeiras que viajam ao país para receber atendimento médico.

Além disso, não foram divulgados detalhes sobre o sepultamento e possíveis homenagens do governo cubano à sua "bailarina absoluta".

O presidente Miguel Díaz-Canel se despediu da artista com uma mensagem publicada no Twitter, lamentando o enorme vazio que a bailarina e diretora do BNC deixará.

"Alicia Alonso foi embora e nos deixa um enorme vazio, mas também um legado intransponível. Ela colocou Cuba no topo do que há de melhor na dança mundial. Obrigado, Alicia, por sua obra imortal", escreveu o líder, que está em visita oficial ao México.

Também pelas redes sociais, a Assembleia Nacional de Cuba destacou o talento, tenacidade e exemplo de Alicia Alonso, "que inspiraram gerações de brilhantes artistas".

Nascida no dia 21 de dezembro de 1920, em Havana, Alicia Ernestina de la Caridad del Cobre Martínez del Hoyo começou a dançar aos 9 anos, completando parte da sua formação nos Estados Unidos e desenvolvendo uma longa e premiada carreira, sendo protagonista nos principais palcos do mundo.

O sobrenome Alonso foi adquirido de seu marido, o dançarino cubano Fernando Alonso, com quem fundou em 1948 sua companhia, que, depois do triunfo da Revolução Cubana em 1959, passou a se chamar Balé Nacional de Cuba.

Entre os diversos prêmios recebidos ao longo da vida, destacam-se a "Ordem de José Martí", máxima condecoração concedida por Cuba e "Anna Pavlova", da Universidade de Dança de Paris. EFE