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Inditex, H&M, Kering e grandes grupos de moda assinam pacto pelo clima

23/08/2019 11h53

Paris, 23 ago (EFE).- Mais de 30 grupos do setor de moda e têxtil, como Inditex, H&M, Adidas e Kering, entre outros, lançaram nesta sexta-feira um pacto de coalizão com o qual buscam reduzir o impacto ao meio ambiente.

No total, 32 companhias de fast-fashion e baixo custo, como é o caso do grupo Inditex (Zara, Bershka...), mas também conglomerados de luxo como Kering, que compreende marcas como Gucci, Yves Saint Laurent, entre outras, se uniram nesse ideal.

Representantes deste último grupo comparecerão nesta sexta-feira no Palácio do Eliseu para apresentar diante do presidente francês, Emmanuel Macron, este "Pacto de Moda", no marco da cúpula do G7 de Biarritz, com o qual pretendem limitar "o aquecimento global, restaurar a biodiversidade e proteger os oceanos".

O documento estabelece três níveis de ação: em primeiro lugar se adequar às convenções internacionais para diminuir a poluição e limitar o aquecimento global, combater a poluição dos oceanos, reduzir as microfibras de materiais sintéticos e promover uma produção que não lance produtos químicos em rios e oceanos.

Também defendem a utilização de energias 100% renováveis daqui a 2030 e a eliminação do plástico de uso único no mesmo período.

Em segundo lugar, buscam criar áreas de parceria entre as marcas para concretizar novas iniciativas em equipe e, por último, ter um papel de líder na inovação dentro da indústria.

As empresas signatárias reconhecem o peso econômico de sua indústria, que gera 1,5 trilhão de euros (US$ 1,6 trilhão) anualmente, mas também o impacto que têm na natureza.

Neste sentido, assumem o peso que têm em nível social e laboral, desde a extração de recursos até os processos de criação, que dizem ter tratado de melhorar nos últimos anos, mas consideram que é urgente se concentrar nos primeiros passos da cadeia de produção para limitar o impacto.

Segundo indicaram à Agência Efe fontes de Inditex, os participantes farão reuniões periódicas para avaliar as ações, mas o acordo não compromete em nenhum caso a ação das empresas, que poderão seguir as pautas do pacto de maneira voluntária sempre se adequando a critérios científicos.

Este ponto rendeu críticas por ONG ambientais que põem em dúvida a efetividade do pacto.

Um porta-voz do World Wildlife Fund (WWF) Pierre Cannet indicou na imprensa que, diante da multiplicação do consumo de peças nas últimas décadas, apostar por energias sustentáveis não será suficiente, já que a ideia das empresas continua sendo vender cada vez mais.

Entre os signatários estão também Burberry, Carrefour, Chanel, La Redoute, Hermès, Prada, Stella McCartney, GAP, Giorgio Armani, e otras.EFE