Brasil invade festival dos Beatles em Liverpool com Pelé e sonoridade própria
Liverpool (R. Unido), 23 ago (EFE).- Com Pelé de "mestre de cerimônias" e uma sonoridade que se diferencia em meio a músicos de 20 países, bandas brasileiras são o grande destaque da edição deste ano da International BeatleWeek, o festival mais antigo de tributo aos Beatles e que reúne 70 grupos neste fim de semana em Liverpool, na Inglaterra.
Até a próxima terça-feira, subirão ao palco do evento realizado na cidade natal dos Beatles 10 bandas formadas no Brasil, país estrangeiro com mais representantes no festival. Somente a Inglaterra tem mais artistas nesta edição, mas nenhum deles tem o rei do futebol como apresentador.
"E agora, representando o meu país, representando o Brasil: Clube Big Beatles", anuncia Pelé no vídeo de apresentação da banda capixaba formada há 30 anos e que em 2019 atinge o recorde de 25 anos seguidos participando da BeatleWeek.
"Acredito que somos uma das bandas mais participativas e constantes na história deste magnífico festival", disse à Agência Efe Edu Henning, percussionista e fundador do Clube Big Beatles, que neste ano fará sua 65ª apresentação no lendário Cavern Club.
"O Brasil é parte fundamental do nosso festival. A relação da International BeatleWeek com a música brasileira é duradoura e sólida. Ao longo dos anos construímos um laço tão forte com os brasileiros que a sua influência ultrapassou o festival e hoje pode ser vista em toda a cidade de Liverpool", disse à Efe Bill Heckle, proprietário do Cavern Club e organizador da BeatleWeek.
"Os brasileiros têm uma energia muito forte, se parecem muito com o povo de Liverpool. Essa sintonia é muito benéfica para nós. Eu tenho vários funcionários brasileiros, viajo frequentemente ao Brasil, é um país que já está enraizado na nossa vida", concluiu.
E foi numa dessas viagens ao Brasil que o proprietário do Cavern Club descobriu por acaso um talento. Andando pelas ruas de Copacabana, Bill Heckle assistiu a uma apresentação do músico Gui Lopes e não teve dúvidas em convidá-lo naquele momento para viajar até a cidade natal dos Beatles.
"Por causa do festival, tive a oportunidade de fazer mais de 50 shows na Europa. Além de Liverpool, me apresentei em Londres, Amsterdã, Lisboa e Madri. Apenas no Cavern Club, através da música e do contato com o público, absorvi um pouco da cultura britânica, abri meus horizontes para a cultura mundial e, como se não bastasse, conheci mais do meu próprio país. O Brasil precisa conhecer e comparecer ao festival. Não há como medir a importância desta experiência", disse Gui Lopes à Efe.
Veterano da BeatleWeek, o guitarrista carioca Danilo Fiani, da banda Blue Beetles, afirmou o que sente como músico ao tocar nos palcos que revelaram ao mundo John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.
"É como visitar um local sagrado. É como receber uma bênção. Algo que me faz ficar muito grato pelas coisas da vida, como um todo. A emoção antes, durante e depois de cada show é indescritível. Apesar disso, ou por causa disso, me sinto em casa. E o povo de Liverpool se parece muito com o brasileiro: alegre, festivo, hospitaleiro", declarou Fiani, que em 2013 participou pela primeira vez do festival.
O line up brasileiro do festival conta com os cariocas Blue Beetles, Gui Lopes Band e Bezzouros; o capixaba Clube Big Beatles; o paulista Rubber Soul Beatles; o catarinense Sonido Club e os mineiros Sgt Pepper, Aggeu Marques e Gleison Túlio. Também representa o país a banda Starclubbers, formada por músicos do Brasil e da Holanda.
A International BeatleWeek acontece até a próxima terça-feira e reúne milhares de pessoas em Liverpool. Segundo a organização do evento, fãs dos Beatles de pelo menos 40 países viajaram à cidade para assistir aos shows. EFE
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