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Ligue Djá! Walter Mercado celebra 50 anos de programa e ganha exposição em Miami

Dorso em exposição baseada na trajetória de Walter Mercado - Giorgio Viera/Efe
Dorso em exposição baseada na trajetória de Walter Mercado Imagem: Giorgio Viera/Efe

Ana Mengotti

De Miami (EUA)

01/08/2019 21h46

O astrólogo porto-riquenho Walter Mercado, que ficou famoso no Brasil pelo bordão "Ligue Djá" em um comercial, comemora nada menos que 50 anos da estreia de seu programa na televisão nos Estados Unidos e ganhou uma exposição no Museu da História de Miami que será aberta ao público a partir de hoje.

Entre o acervo da mostra estão 12 mil suntuosas capas e algumas das opulentas joias que o astrólogo até hoje usa, assim como outros objetos pessoais, fotografias e obras de arte.

"Cinquenta anos não são nada", afirmou à agência Efe o multifacetado artista do signo de Peixes, que foi cantor, ator de teatro e de novelas, além de dançarino de balé e de dança espanhola, antes de se tornar astrólogo e, acima de tudo, um grande comunicador.

"Mucho, mucho amor", a frase célebre com que Mercado se despedia dos telespectadores no programa que ficou no ar por 30 anos nos EUA e em vários países da América Latina, dá nome a uma exposição que desperta "sentimentos contraditórios", a respeito de alguém que, até hoje, segue desvendando os mistérios do zodíaco em veículos de imprensa e nas redes sociais.

Exposição sobre vida e obra do astrólogo Walter Mercado - Giorgio Viera/Efe - Giorgio Viera/Efe
Exposição sobre vida e obra do astrólogo Walter Mercado
Imagem: Giorgio Viera/Efe

Se por um lado ele mostra satisfação com os feitos ao longo da carreira, Mercado teme estar dando a entender que já não está tão ativo, quando na verdade, aos 87 anos, continua se dizendo apaixonado por cumprir a tarefa que garante ter recebido de Deus, conforme contou à Efe.

"Divulgar a mensagem de que todos nos abracemos como um só, como habitantes de um mesmo planeta", contou.

O astrólogo aponta o amor como motor de sua vida, embora ele lamente que a palavra tenha ficado "viciada", por muitos confundirem esse sentimento com o sexo. Mercado fala de amor como um sentimento profundo, de amizade, afeto e confraternidade.

Essa aula de amor é o sinal da Era de Aquário, de 2.335 anos de duração. Mercado disse que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma antecipação das mudanças que estão por vir dentro deste período.

A falta de compaixão --sobre a qual Mercado se queixa em relação ao tratamento dado a imigrantes-- é algo que, segundo o vidente, não está de acordo com o que a Era de Aquário significa e lhe "preocupa profundamente", como fez questão de ressaltar em sua mensagem aos Estados Unidos por ocasião do dia da independência do país, celebrado em 4 de julho.

Walter Mercado, 87 anos - Giorgio Viera/Efe - Giorgio Viera/Efe
Walter Mercado, 87 anos
Imagem: Giorgio Viera/Efe

"Se esqueceram dos irmãos na Terra", disse à Efe o astrólogo, que também pede para que haja compaixão com as pessoas que deixam seus países em busca de um lugar em que tenham proteção, não passem fome ou sofram com a violência.

Mercado define-se como uma pessoa "simples" e "singela", embora não seja isso que aparente. Perfeitamente penteado e maquiado, parece brilhar habitualmente. Sem a tradicional capa, Mercado parece mais jovem do que diz sua biografia. A fonte da eterna juventude, garante, está no coração.

"Se você acumula ódio e rancor, o rosto fica feio", definiu.

Nascido em Ponce, em Porto Rico, no dia 9 de março de 1932, Mercado foi criado em uma fazenda de cana-de-açúcar. O astrólogo contou que a criança "doentia e diferente" que foi passava o tempo olhando as estrelas, com obsessão pelo mundo astral.

A astrologia surgiu em sua vida e ficou para sempre quando precisou preencher tempo em um programa transmitido pela televisão em Porto Rico, devido à ausência de um convidado. Mercado improvisou uma descrição dos 12 signos e teve sucesso. Acabou ganhando o próprio show sobre o tema anos depois.

A astrologia é a "ciência mais antiga, a mais venerada e a mais atacada", lamentou.

Walter Mercado ressaltou que as estrelas "não obrigam" o ser humano, mas o "inclinam" e o ajudam a conhecer seu destino.