Exposição brasileira "Muros de Ar" é inaugurada em Nova York
A organização Americas Society de Nova York abriu nesta quarta-feira as portas da exposição "Muros de Ar", com a qual o Brasil participou da 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza em 2018 e que busca lançar perguntas sobre a realidade brasileira nos âmbitos social e político com a exibição de mapas.
"'Muros de Ar' é um modelo de pesquisa expositiva que exibe um mapa do Brasil contemporâneo além das suas fronteiras, a partir de perguntas sobre temas como inclusão social, transparência política e a ameaça ao meio ambiente" disse em comunicado Gabriela Rangel, diretora e curadora de Artes Visuais do Americas Society.
A mostra, organizada por quatro arquitetos e composta por dez mapas, pretende descobrir os muros visíveis e invisíveis que construíram e dividiram o Brasil através das diferenças ambientais e sociais do país.
A ideia partiu de uma proposta para analisar como as restrições espaciais e sociais levaram o país a não estabelecer uma esfera pública mais igualitária depois do seu projeto de modernização.
"Esta exibição indaga sobre as causas das divisões espaciais que fragmentam a sociedade brasilera e a sociedade na qual vivemos, em vez de uni-las", explicou um dos arquitetos, Gabriel Kozlowski.
"Desde temas de imigração à formação das nossas fronteiras nacionais, cada um dos dez mapas abordam temas específicos que acreditamos que necessitam ser discutidos urgentemente, não só no Brasil, mas em todos os países latino-americanos", acrescentou.
Junto com Kozlowski, projetaram os mapas da exposição Sol Camacho, Laura González Fierro e Marcelo Maia Rosa, que contaram com a colaboração de Diana Flatto e Carolina Scarborough.
Os grandes mapas que formam a mostra, que oscilam em escala, refletem as barreiras espaciais e conceituais que se formaram com o processo de urbanização do país, assim como os efeitos que estes tiveram na natureza.
"Muros de Ar", segundo o comunicado, é o resultado da colaboração de uma equipe de mais de 200 profissionais de ciências sociais, artes visuais, geografia, direito, medicina e política, cujo diálogo visa construir uma ação comum e expandir a conversa para mais partes da América.
"Exibir esta mostra primeiro em Veneza e depois nos Estados Unidos significa trazê-la para mais perto de casa, onde os temas que discutimos são ainda mais pertinentes e agudos", comentou outra das arquitetas, Laura González Fierro. EFE
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