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Angelina Jolie alerta que 20 mil venezuelanos podem se tornar apátridas

Angelina Jolie  - Pierre Verdy/AFP
Angelina Jolie Imagem: Pierre Verdy/AFP

08/06/2019 22h34

A atriz americana Angelina Jolie, enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), advertiu neste sábado que mais de 20 mil crianças que nasceram na Colômbia e são filhas de pais venezuelanos correm o risco de virar apátridas devido à falta de documentos para legalização da situação.

"O presidente e eu conversamos sobre o risco de mais de 20 mil crianças venezuelanas se tornarem apátridas e sobre o seu compromisso de apoiar os menores", disse ela, em pronunciamento ao lado do presidente da Colômbia, Iván Duque.

Angelina chegou ontem à Colômbia para uma visita oficial de dois dias e hoje se reuniu em Cartagena de Índias com o governante para analisar as respostas à crise migratória.

"Quero destacar que na conversa que tivemos falamos sobre a necessidade que temos de abordar a nacionalização de milhares de crianças venezuelanas no nosso país que não tem hoje uma situação migratória definida e que fazê-lo é uma forma humanitária de dar a eles a oportunidades e os benefícios que merecem para sair desta tragédia", disse o Duque sobre a reunião que teve com a atriz.

Angelina visitou ontem o departamento de La Guajira, na fronteira com a Venezuela, para conhecer a resposta humanitária da Colômbia para a chegada de milhões de venezuelanos.

"Vim expressar o meu apoio ao povo colombiano que está respondendo à crise da Venezuela de uma forma admirável", disse a estrela hollywoodiana.

Ontem também, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Acnur informaram que mais de 4 milhões de pessoas já saíram da Venezuela. Mais de 1,3 milhão está na Colômbia.

"Vi com os meus próprios olhos o quão lotados estão colégios, hospitais e serviços regionais, mas também é inspirador ver o lado humano manifestado pelas comunidades locais", disse ela.

A Venezuela passa por uma profunda crise econômica, agravada pela escassez de alimentos, remédios e outros itens de primeira necessidade, enquanto ocorre uma queda de braço no poder entre o presidente Nicolás Maduro e atual principal opositor, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, entre eles Brasil, Estados Unidos e Colômbia.

Nesse sentido, ela parabenizou o fato de a Colômbia ter mantido aberta a fronteira com a Venezuela porque, na sua opinião, isso permitiu "salvar vidas".

O presidente colombiano afirmou que a crise migratória "é produto da ditadura" e que Angelina conseguiu ver de perto "a fraternidade" da política migratória do seu país.

"Tivemos uma reunião muito boa e quero agradecer a forma tão calorosa, tão consciente e, ao mesmo tempo, tão oportuna com que ela está analisando a resposta da Colômbia à crise migratória", disse Duque.

Na visita ao país, Angelina Jolie está acompanhada da alta comissária adjunta para os Refugiados, Kelly Clements, e de outros funcionários do Acnur. EFE