Especialista em Segunda Guerra, escritor alerta para risco de novo Holocausto
O escritor inglês Jeremy Dronfield acredita que a divulgação de histórias sobre o Holocausto em uma época marcada pela hostilidade contra os refugiados é importante para evitar que volte a acontecer, como mostra em seu novo livro "The Boy Who Followed His Father Into Auschwitz" ("O menino que seguiu seu pai até Auschwitz", em tradução livre).
Dronfield (Reino Unido, 1965), biógrafo e historiador com experiência em narração sobre a Segunda Guerra Mundial, destrincha em sua última obra a história baseada no diário secreto de Gustav Kleinmann, que, junto com seu filho Fritz, resistiu durante seis anos em um dos piores centros de extermínio da história.
"The Boy Who Followed His Father Into Auschwitz" reconstrói os horrores que viveram todos os membros de uma mesma família de Viena, inclusive daqueles que tiveram a sorte de escapar para outros países como os Estados Unidos, desde 1938 até a libertação dos últimos campos em julho de 1945.
A publicação do livro tem a intenção de lembrar um dos piores episódios da história, "não só o genocídio em si, mas também o que levou até ele", segundo comentou Dronfield em entrevista à Agência Efe.
"O clima político no qual estamos agora no mundo todo está marcado pela ascensão da extrema-direita, o antissemitismo, a islamofobia, a hostilidade contra os refugiados, e estamos em uma situação na qual algo como o Holocausto poderia voltar a ocorrer potencialmente", opinou o escritor.
O livro narra a história de Gustav - aprisionado após a detenção do seu filho de 16 anos, e que se encontrará com ele em Buchenwald, onde lutará para manter ambas vidas - graças ao que contou em um diário secreto, que Fritz herdou do pai, após sua morte.
Suas passagens por distintos campos de concentração e a situação dos demais familiares são o foco desta história emotiva, mas "sem chegar longe demais", segundo disse seu autor, apesar de hoje esta história seguir tendo um impacto sobre Dronfield: "Me custa falar disso", reconheceu.
Depois de três anos de documentação, entre as transcrições do diário, entrevistas com Fritz e outros membros da família, testemunhas visuais e grandes variedade de arquivos, o autor declara que não há nada no seu livro que possa ser descrito como ficção, embora no início tenha considerado tratá-lo como um romance por pensar que não conseguiria fontes suficientes.
Dronfield assegura que a história de Gustav e Fritz "é muito difícil de igualar" e, embora tenha conhecido muitas experiências "fascinantes"de sobreviventes do Holocausto e acreditar que algumas poderiam se transformadas em um livro, até agora não tinha ouvido "algo tão único".
"Quando os últimos sobreviventes morrerem, tenho medo que acabe o interesse por estes eventos. Uma vez não que se possa falar com gente que o viveu, se tornará menos real", alertou Dronfield.
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