Cern, o berço da internet, celebra os 30 anos da rede mundial de computadores
Há trinta anos, um físico britânico concebeu na Organização Europeia de Pesquisas Nucleares (Cern) a invenção que mudou a história moderna, a rede mundial de computadores (WWW, pela sigla de seu nome original, World Wide Web) ou simplesmente a internet, um aniversário que a organização celebrará nesta terça-feira.
O pai da World Wide Web, Tim Berners-Lee (Londres, 1955), estará presente no evento, no qual revisará as coisas boas e ruins que sua invenção apresentou desde então à humanidade, e serão discutidas questões como a necessidade de fortalecer a transparência e as ameaças de censura que se multiplicam.
Este mês marca as três décadas transcorridas desde que Berners-Lee enviou a seu chefe no Cern a proposta do que seria o ponto de partida do uso da internet como se conhece hoje e que respondia à demanda para que os cientistas pudessem compartilhar informação de forma automatizada com universidades e outras instituições no mundo.
A iniciativa se transformaria em dezembro do ano seguinte no primeiro navegador, site e servidor, que começaram a funcionar coincidindo com o Natal de 1990, para quando o físico especializado em ciências da computação já tinha definido os conceitos básicos do que seriam os códigos html, http e URL.
De fato, o primeiro site da história se dedicou a oferecer informação sobre o projeto da World Wide Web.
Foi assim que a WWW se transformou no programa que permitiu a utilização da internet, uma infraestrutura já existente, mas que tinha encontrado inumeráveis problemas para funcionar como uma rede e que, sem a invenção de Berners-Lee, nunca teria se transformado na ferramenta que mudou a vida de praticamente todo o mundo.
Os desenvolvimentos posteriores foram rápidos e, em abril de 1993, o Cern decidiu que a WWW deveria ser de domínio público e, dos 500 servidores conhecidos naquele ano, passou para mais de 10 mil no seguinte, dos quais 2 mil eram de uso comercial.
Até ali, os usuários desse protocolo eram 10 mil, enquanto hoje estima-se que metade da população mundial tem acesso à internet.
O uso da internet, no entanto, está retrocedendo em vários países por restrições de acesso que cada vez mais Estados impõem como meio de limitar a liberdade de expressão e o direito à informação.
O exemplo clássico é a China, onde as autoridades mantêm uma forte censura sobre os conteúdos e não hesitam em sancionar empresas por conteúdos que julgam inadequados. Essa problemática, no entanto, está muito mais difundida no mundo.
Os protestos deste fim de semana na Rússia contra um projeto de lei sobre o desligamento da internet em caso de ameaças externas que está sendo discutido no parlamento é o exemplo mais recente dessa tendência, que também é observada em países como Turquia, Irã, Egito e Índia, entre outros.
No Ocidente, as preocupações são de outra natureza e, ao mesmo tempo em que se defende a liberdade da internet, existe a defesa de regulamentações que protejam a privacidade dos indivíduos e que tornem as companhias tecnológicas responsáveis pelos excessos nos quais possam incorrer.
Os desafios que se apresentam no 30º aniversário da Web serão debatidos terça-feira, em um painel no Cern no qual participarão especialistas, empresários da internet, defensores dos programas em código aberto e gratuito.
Também falarão cientistas que trabalharam com Berners-Lee na organização científica quando ele ainda trabalhava em seu projeto.
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