Rússia ameaça multar Google se não incluir Crimeia como parte do território
Moscou, 7 fev (EFE).- A Rússia ameaçou impor sanções nesta quinta-feira a Google se não corrigir, no prazo de um mês, os mapas nos quais a península da Crimeia, anexada por Moscou em março de 2014, figura como território ucraniano.
Se a Google não arrumar o erro, "adotaremos medidas severas contra a companhia contempladas pela legislação vigente", disse à imprensa local o chefe do Comitê de Segurança e Luta contra a Corrupção da Duma ou Câmara de Deputados da Rússia, Vasyl Pisariov.
O chefe afirmou também que no pior dos casos a Duma se dirigirá à Promotoria para que tome medidas em forma de multas contra a firma americana por violar, na sua opinião, de maneira flagrante a legislação russa.
"Existe uma responsabilidade pelo descumprimento da lei russa e uma responsabilidade penal pelas chamadas a modificar a integridade territorial do país", ressaltou.
O deputado se reuniu nesta quinta-feira na Câmara Baixa com a diretora da Google na Rússia, Marina Zhunich, que foi convidada pelo presidente da Duma, Viacheslav Volodin.
"Por enquanto, supomos que não há má intenção e nem motivos políticos (...), vemos como um problema técnico. Vamos considerar que é um mal-entendido", disse Pisariov.
Pisariov explicou que a diretora local da Google garantiu que já tinha comunicado seus chefes na Califórnia (EUA) para transmitir a inquietação russa com relação ao tema.
"Disse que esse assunto é prioritário e que no prazo mais breve de tempo a situação será corrigida e nos mapas da Google e em outros produtos da companhia cumpriremos o exigido pela legislação: Crimeia e Sebastopol figurarão como território russo", apontou.
Nos últimos meses, a Google teve vários entraves com as autoridades russas e o regulador russo de veículos de imprensa já multou a empresa por descumprir a legislação que obriga os motores de busca na internet a eliminar links de páginas proibidas.
Segundo informa hoje a imprensa russa, a companhia americana já começou a eliminar links de páginas proibidas.
A legislação russa proíbe a divulgação de informação que contenha propaganda de guerra, incitação ao ódio étnico, racial ou religioso; que represente uma ameaça para a vida e para saúde dos menores de idade ou os incite a consumir drogas, tabaco, álcool, a participar de jogos de azar ou a se dedicar à prostituição.
Também veta páginas que justifiquem o tratamento cruel aos animais, que neguem "os valores familiares" ou façam propaganda de "relações sexuais não tradicionais". EFE
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