Pioneiro do balé americano, Arthur Mitchell morre aos 84 anos
Washington, 20 set (EFE).- Arthur Mitchell, um dos primeiros dançarinos negros e que se autodenominou "o avô da diversidade", faleceu na quarta-feira, em Nova York, aos 84 anos, informou o Teatro de Dança do Harlem, fundado por ele mesmo.
"Com a mais profunda tristeza, compartilhamos a notícia que nosso diretor artístico e fundador, o grande Arthur Mitchell, faleceu. Seu legado de paixão, poder e perfeição sobreviverá através de todas as pessoas que tocou em sua vida", disse a companhia em suas redes sociais.
Mitchell nasceu no bairro do Harlem, na cidade de Nova York, no dia 27 de março de 1934, sendo o segundo de seis filhos.
Quando foi para a escola primária, um conselheiro escolar o encorajou a realizar audições para a Escola Superior de Artes Cênicas, conseguindo uma bolsa de estudos para a Escola de Balé Americano, a escola oficial do Balé de Nova York.
Durante seus estudos, o dançarino chamou a atenção do mestre e coreógrafo russo George Balanchine, considerado o pai do balé americano, que o convidou para participar da companhia no ano de 1955.
Em uma decisão ousada para a época, Balanchine elegeu Mitchell para protagonizar uma cenografia com uma dançarina branca, Diana Adams, no revolucionário balé modernista Agon.
"Você pode imaginar a audácia de pegar um negro e Diana Adams, a essência e a pureza da dança caucasiana, e colocá-los juntos no palco?", disse Mitchell, ao jornal "The New York Times", em janeiro deste ano.
"Todo mundo estava contra ele. Ele sabia contra o que estava lutando e me disse: 'Você sabe, querido, isto tem que ser perfeito'", relatou o dançarino.
De todas suas realizações, ele considerava sua melhor obra o Teatro de Dança do Harlem, que decidiu fundar após o assassinato do líder do direito civil Martin Luther King Jr., em 1968.
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