Inhotim inaugura mostras com trabalhos de renomados artistas internacionais
Brumadinho (MG), 8 set (EFE).- Em meio a discussões sobre a importância dos investimentos em cultura no país, que ficaram em evidência após o trágico incêndio no Museu Nacional, Inhotim, um dos principais centros de arte contemporânea ao ar livre da América Latina e que fica em Brumadinho (MG), inaugurou novas exposições em três de suas quatro galerias temporárias.
"Os três espaços são resultado de uma análise e novas conversas sobre o futuro de Inhotim", explicou a diretora artística adjunta María Eugenia Salcedo.
Das 23 galerias que compõem o local, que fica a pouco mais de uma hora de carro de Belo Horizonte, 19 são permanentes, como as que exibem os trabalhos das artistas Adriana Varejão e Lygia Pape. E três espaços temporários, chamados Lago, Praça e Fonte, terão, pelo menos nos próximos dois anos, obras como as do argentino David Lamelas, da japonesa Yayoi Kusama e do brasileiro Marcellvs L..
"Dois anos? Não sabia. Juro que não sabia. Pensava que seria por seis meses, por dois anos é melhor ainda", comemorou o artista argentino ao saber por quanto tempo suas quatro obras poderão ser apreciadas.
Perguntado sobre o que sentia ao ver a repercussão de seu trabalho em Inhotim, Lamelas se disse feliz.
"Acho fantástico. A gente trabalha para ver isso", disse o artista, cujas obras, expostas no início do percurso da Galeria Lago, são às vezes grandes e em outras tão sutis que poderiam passar despercebidas pelos visitantes.
Na Galeria Praça, há a exibição de "Paul Pfeiffer, Ensaios Vitruvianos", que conta com duas obras que marcam a estreia do artista americano no Brasil: "Empaire", um vídeo que apresenta a construção do ninho de uma vespa, e "Vitruvian Figure", uma enorme instalação inspirada no Estádio Olímpico de Sydney.
Para a Galeria Fonte, foi reservada uma série de obras dedicadas ao audiovisual, com trabalhos como "Oil Stick Work" (Angelo Martinez) e "I See a Woman Crying" (Rineke Dijkstra). Em uma das salas, é exibido o vídeo "Overground", de Marcellvs L.. Dentro do espaço, em um ambiente com som forte e abafado, imagens projetadas no teto mostram pessoas entrando em uma espécie de tanque de água. Os espectadores se sentem abaixo delas, e à medida em que mais uma pessoa mergulha, o som diminui um pouco de intensidade.
"Inhotim e a cultura se fazem por reconexões. Não é só aquilo que o museu dá ou o artista dá, mas a possibilidade de reolhar tudo com outros olhos", explicou Salcedo.
A visão é compartilhada pelo diretor executivo do Instituto Inhotim, Antônio Grassi, para quem o local é um espaço para evoluções.
"Inhotim é um espaço para a transformação das pessoas. Primeiro ela passa por um processo quase que de infantilização. Depois passa por um processo de transformação mesmo, muda o seu astral, a sua forma de ver as coisas. Inhotim tem esse papel", definiu.
Inhotim funciona de terça a domingo, sempre a partir das 9h30. Os ingressos custam R$ 44 a inteira e R$22 a meia. Nas quartas-feiras, a entrada é livre. É possível chegar ao centro de arte em ônibus que saem da rodoviária de Belo Horizonte, vans fretadas da empresa que têm convênio com o museu ou em carro particular.
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