Projeto artístico quer erguer novo muro no centro de Berlim
Javier Alonso.
Berlim, 31 ago (EFE).- Uma réplica do Muro de Berlim cercará em breve um trecho do centro histórico da capital da Alemanha como parte de uma instalação artística que seus promotores pretendem inaugurar no dia 12 de outubro.
No interior do muro - que será construído em concreto, como o original, composto por 900 peças - haverá uma área que pretende se estabelecer como experiência artística e social durante quatro semanas, com a exibição de 700 horas de material filmado pelo cineasta russo Ilya Khrzhanovsky.
Os visitantes serão parte do "experimento social" representado pela instalação, que custou 6,6 milhões de euros. Eles poderão entrar na área de dia e de noite, em pleno centro da cidade e perto da avenida Unter den Linden, com uma espécie de "visto".
Esse é o nome dos bilhetes de entrada para a instalação, segundo Thomas Oberender, diretor dos Berliner Festspiele (Festivais Berlinenses).
Oberender disse que o novo muro será "um símbolo" do original e reconheceu que é uma das "imagens mais duras que se pode ter de Berlim".
A base do projeto, que recebeu o nome de "DAU Freiheit" (DAU Liberdade) e que terá novas edições em Paris em novembro ("Irmandade") e em Londres no início de 2019 ("Igualdade"), é o trabalho de Khrzhanovsky, que projetou um singular exercício histórico-artístico no leste da Ucrânia.
Lá, entre 2009 e 2011, foi construído um grande "laboratório" e um "estúdio cinematográfico" de 12.000 metros quadrados dentro da cidade de Charkiw, onde 400 pessoas se prestaram a se fechar em um ambiente que recriava antigas condições de vida e trabalho.
Aquela era uma tentativa de emular as atividades do Instituto para Problemas Físicos da Academia Soviética de Ciências, no qual trabalhou de 1938 a 1968 o físico e Prêmio Nobel Lev Landau.
A experiência que viveram em uma espécie de transposição no estilo "Big Brother", incluindo situações de acasalamento, separação, e até concepção de filhos durante esses dois anos, foi documentada parcialmente com câmeras.
Embora os organizadores não detalhem muito quais serão os conteúdos em Berlim, indicaram que, além de ter as filmagens obtidas em Charkiw, há a possibilidade de incluir discussões sobre o que chamam de "uma cidade fechada dentro da cidade".
Também haverá intervenções da artista sérvia Marina Abramovic, e será possível visitar um projeto do diretor italiano Romeo Castellucci e assistir a um show do músico grego-russo Teodor Currentzis - sobre os rumores da participação do misterioso artista britânico Banksy os organizadores não deram confirmações.
As pessoas que trabalham e moram na região poderão entrar sem restrições - e os organizadores se esforçaram para explicar à imprensa que tiveram muito cuidado para explicar a elas que poderão tocar a vida sem muitos transtornos, mas perceberão algumas mudanças.
Entre elas, alguns elementos urbanos serão modificados no interior do recinto amuralhado (postes de luz ou letreiros, por exemplo), mas não com a intenção de oferecer "referências visuais à União Soviética ou à Alemanha Oriental".
"O que buscamos é ter a impressão de que se viaja para um país estrangeiro", acrescentaram os organizadores.
Susanne Marian, representante da produtora Phenomen Films, disse que no começo do projeto houve uma participação financeira pública russa, mas que, posteriormente, a fundação por trás do projeto preferiu abrir mão desse dinheiro (500 mil euros).
Para o fim da instalação, o plano é representar uma "destruição ritual" do muro quando for lembrado o 29º aniversário da queda do muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989. A ideia é permitir que as pessoas "acabem" com a construção e possam levar, como ocorreu com o original, pequenos pedaços de concreto desta obra efêmera.
Berlim, 31 ago (EFE).- Uma réplica do Muro de Berlim cercará em breve um trecho do centro histórico da capital da Alemanha como parte de uma instalação artística que seus promotores pretendem inaugurar no dia 12 de outubro.
No interior do muro - que será construído em concreto, como o original, composto por 900 peças - haverá uma área que pretende se estabelecer como experiência artística e social durante quatro semanas, com a exibição de 700 horas de material filmado pelo cineasta russo Ilya Khrzhanovsky.
Os visitantes serão parte do "experimento social" representado pela instalação, que custou 6,6 milhões de euros. Eles poderão entrar na área de dia e de noite, em pleno centro da cidade e perto da avenida Unter den Linden, com uma espécie de "visto".
Esse é o nome dos bilhetes de entrada para a instalação, segundo Thomas Oberender, diretor dos Berliner Festspiele (Festivais Berlinenses).
Oberender disse que o novo muro será "um símbolo" do original e reconheceu que é uma das "imagens mais duras que se pode ter de Berlim".
A base do projeto, que recebeu o nome de "DAU Freiheit" (DAU Liberdade) e que terá novas edições em Paris em novembro ("Irmandade") e em Londres no início de 2019 ("Igualdade"), é o trabalho de Khrzhanovsky, que projetou um singular exercício histórico-artístico no leste da Ucrânia.
Lá, entre 2009 e 2011, foi construído um grande "laboratório" e um "estúdio cinematográfico" de 12.000 metros quadrados dentro da cidade de Charkiw, onde 400 pessoas se prestaram a se fechar em um ambiente que recriava antigas condições de vida e trabalho.
Aquela era uma tentativa de emular as atividades do Instituto para Problemas Físicos da Academia Soviética de Ciências, no qual trabalhou de 1938 a 1968 o físico e Prêmio Nobel Lev Landau.
A experiência que viveram em uma espécie de transposição no estilo "Big Brother", incluindo situações de acasalamento, separação, e até concepção de filhos durante esses dois anos, foi documentada parcialmente com câmeras.
Embora os organizadores não detalhem muito quais serão os conteúdos em Berlim, indicaram que, além de ter as filmagens obtidas em Charkiw, há a possibilidade de incluir discussões sobre o que chamam de "uma cidade fechada dentro da cidade".
Também haverá intervenções da artista sérvia Marina Abramovic, e será possível visitar um projeto do diretor italiano Romeo Castellucci e assistir a um show do músico grego-russo Teodor Currentzis - sobre os rumores da participação do misterioso artista britânico Banksy os organizadores não deram confirmações.
As pessoas que trabalham e moram na região poderão entrar sem restrições - e os organizadores se esforçaram para explicar à imprensa que tiveram muito cuidado para explicar a elas que poderão tocar a vida sem muitos transtornos, mas perceberão algumas mudanças.
Entre elas, alguns elementos urbanos serão modificados no interior do recinto amuralhado (postes de luz ou letreiros, por exemplo), mas não com a intenção de oferecer "referências visuais à União Soviética ou à Alemanha Oriental".
"O que buscamos é ter a impressão de que se viaja para um país estrangeiro", acrescentaram os organizadores.
Susanne Marian, representante da produtora Phenomen Films, disse que no começo do projeto houve uma participação financeira pública russa, mas que, posteriormente, a fundação por trás do projeto preferiu abrir mão desse dinheiro (500 mil euros).
Para o fim da instalação, o plano é representar uma "destruição ritual" do muro quando for lembrado o 29º aniversário da queda do muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989. A ideia é permitir que as pessoas "acabem" com a construção e possam levar, como ocorreu com o original, pequenos pedaços de concreto desta obra efêmera.
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