Três membros retornam à Academia Sueca para que haja quórum na instituição
Copenhague, 30 ago (EFE).- A ex-secretária Sara Danius e outros dois membros anunciaram nesta quinta-feira que retornarão à Academia Sueca para haja quórum na instituição que outorga o Prêmio Nobel de Literatura, após as renúncias provocadas por supostos casos de abuso sexual.
Na ocasião, oito membros deixaram a Academia, embora somente quatro tenham confirmado a renúncia por desarcordo à reação perante o escândalo revelado por algumas mulheres que acusaram de abuso, em um jornal, o artista francês Jean-Claude Arnault, casado com a acadêmica Katarina Frostenson e muito vinculado à instituição.
As saídas tinham deixado a Academia com dez membros, dois a menos do que o necessário para tomar decisões relativas, por exemplo, à escolha de novos membros, segundo o próprio estatuto da instituição.
Danius, Peter Englund - seu predecessor no cargo - e Kjell Espmark tinham condicionado há três meses em carta o regresso à renúncia de Horace Engdhal, amigo pessoal de Arnault.
"Estamos prontos para ajudar. É um caso difícil, ele (Engdahl) não reagiu. E então devemos fazer uma pergunta: o que é mais importante, a Academia ou os temas pessoais?", disse hoje Espmark à edição digital do jornal "Svenska Dagbladet".
Espmark afirmou que a responsabilidade que recai sobre ele e os outros acadêmicos é "grande" e admitiu que a crise que rodeia instituição pode se tornar um "problema" para atrair novos membros.
Segundo revelou recentemente o jornal "Dagens Nyheter", que teve acesso à troca de cartas entre a Fundação Nobel e a Academia, esta pretende escolher quatro novos membros neste ano, um jurista e três escritores ou especialistas em literatura.
Pressionada pela Fundação Nobel, a Academia Sueca impulsionou várias reformas nos últimos meses, como uma mudança nos estatutos para possibilitar a renúncia real de seus membros e a escolha de novos; e recorrer a um grupo externo de especialistas em direito, resolução de conflitos, organização e comunicação.
A decisão mais controversa foi a de adiar a concessão do Nobel de Literatura, pela primeira vez em sete décadas, o que representa que em 2019 serão outorgados dois prêmios, uma medida justificada pela falta de confiança e o enfraquecimento da instituição.
Ao explodir o escândalo, a instituição cortou relações com o artista e encarregou uma auditoria, que concluiu que Arnault não tinha influenciado em decisões sobre prêmios, embora o apoio econômico recebido da academia pelo seu clube literário descumpria as regras de imparcialidade, já que sua esposa é coproprietária.
O relatório confirmou também que a confidencialidade sobre o ganhador do Nobel foi violada várias vezes.
Um tribunal de Estocolmo realizará em um mês o julgamento de Arnault, acusado de dois casos de assédio cometidos em Estocolmo em 2011.
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