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Em meio ao #MeToo, Woody Allen se afastará do cinema após décadas

Woody Allen ao lado de sua mulher, Soon-Yi Previn, durante o Festival de Cannes de 2016 - Yves Herman/Reuters
Woody Allen ao lado de sua mulher, Soon-Yi Previn, durante o Festival de Cannes de 2016 Imagem: Yves Herman/Reuters

De Nova York (EUA)

29/08/2018 16h59

O diretor americano Woody Allen se afastará do cinema depois de produzir pelo menos um filme por ano durante décadas, segundo informou nesta quarta (29) o portal "PageSix".

"A Rainy Day in New York", último filme de Allen e o 48º dirigido pelo cineasta, terminou de ser rodado em novembro do ano passado e será apresentado antes do final deste ano pela Amazon, companhia com a qual o diretor assinou um acordo em 2016 para produzir outras três longas.

No entanto, um artigo da revista "Hollywood Reporter" afirmava que é possível que Amazon decida romper este acordo com Allen, de 82 anos, apesar do pagamento substancial que teriam que realizar.

O "PageSix" também afirma que o cineasta não tem nenhum filme pronto para estrear em 2019, e o site especializado em cinema "IMDb" aponta Allen tem um projeto que se encontra na fase de pré-produção para apresentar em 2020, mas até o momento não encontrou quem o financie.

"Woody adora trabalhar. Nunca sai de férias, mas vai tirar um tempo para descansar este ano até que encontre um patrocinador", disse ao "PageSix" uma fonte que permaneceu no anonimato.

A imagem do diretor foi arranhada no último ano por novas declarações de sua filha adotiva, Dylan Farrow, que o acusa de ter abusado sexualmente dela quando era uma menina.

O filho que Allen teve com a atriz Mia Farrow, Ronan Farrow, apoiou sua irmã publicamente e também foi o principal promotor do movimento #MeToo, que denunciou várias das figuras mais poderosas de Hollywood por abuso sexual de jovens atores e atrizes.

"Woody Allen sempre conseguiu atores fantásticos. As estrelas trabalhavam por um salário mínimo porque recebiam prestígio, mas com o movimento #MeToo, agora ele é tóxico", disse um produtor de cinema de Hollywood, segundo o "PageSix".

Além disso, o portal apontou que Allen já vinha tendo problemas para encontrar financiamento para seus filmes, inclusive antes do #MeToo, e que "suas produções não geram dinheiro".

"Durante anos, passou de um de um patrocinador para outro. Inclusive foi à Europa, mas já está sem opções", acrescentou a fonte.