Morre aos 95 anos o fotógrafo austríaco Erich Lessing
Viena, 29 ago (EFE).- O fotógrafo austríaco Erich Lessing, membro da lendária agência Magnum, morreu nesta quarta-feira aos 95 anos em Viena, segundo informou a agência de notícias "APA".
Durante anos o fotógrafo trabalhou para a agência americana "Associated Press" ("AP"), para a qual cobriu vários eventos da Europa do pós-guerra, como a revolta anti-soviética na Hungria.
Nos anos 9150, Lessing pertenceu a Magnum, fundada pelos míticos fotógrafos Robert Capa e David Seymour.
O fotógrafo ganhou fama pelos seus retratos de líderes mundiais, como do presidente americano Dwight Eisenhower e do líder soviético Nikita Khrushchov, mas também de artistas universais como o diretor de orquestra Herbert Von Kartajan.
Lessing, que até poucos meses seguia ativo, nasceu em 1923 em Viena no seio de uma família judia. Para salvar-se dos nazistas, emigrou em 1938 à então Palestina britânica (depois Israel), onde aprendeu a fotografar.
Em 1947, após o Holocausto, que matou seis milhões de judeus europeus, decidiu voltar a sua Viena natal, onde começou a trabalhar para a agência "AP" e revistas internacionais como "Life", "Paris Match" e "Fortune".
O fotógrafo produziu durante sua longa carreira cerca de 60.000 fotos, jornalísticas e artísticas, das quais doou em 2013 uma cópia ao arquivo gráfico da Biblioteca Nacional da Áustria.
O chanceler federal austríaco, o conservador Sebastian Kurz, destacou hoje o trabalho e legado de Lessing, que "marcou com seu espírito crítico e sua arte a sociedade austríaca".
"Sua humanidade e sua arte nunca serão esquecidas", concluiu o chefe de governo austríaco em comunicado.