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Madonna comemora 60 anos e não sai de moda como rainha do pop

David Villafranca

Da EFE, em Los Angeles

16/08/2018 06h02

Ícone do mundo pop, do escândalo, da transgressão, da astúcia comercial e da criatividade artística, Madonna completa 60 anos de idade nesta quinta-feira e ainda é considerada um espelho para novas candidatas a divas da música.

De Britney Spears a Ariana Grande, passando por Christina Aguilera, Lady Gaga e Beyoncé, as estrelas femininas do pop das últimas três décadas assimilaram as lições de uma artista global que mudou as regras do jogo com um olhar rebelde feminino em um mundo de homens, com seus imponentes espetáculos audiovisuais e o olfato apurado para caçar tendências.

"Era uma rainha da música 'dance' com a sabedoria das ruas, a atração sexual de Marilyn Monroe, a melindrosa frieza de Marlene Dietrich e a lábia de uma Mae West moderna", descreveu sobre o início da carreira de Madonna o escritor J. Randy Taraborrelli no livro "Madonna - Uma Biografia Intima" (Editora Globo, 2001).

A cantora aproveitou o aniversário para lançar no Facebook uma campanha solidária que visa arrecadar fundos para ajudar crianças no Malawi, país africano no qual adotou quatro de seus seis filhos.

Levando em conta a cansativa carreira e vida social de uma artista que sempre quis ser o centro das atenções, 2018 foi um ano relativamente calmo para Madonna, que nos últimos meses apareceu na imprensa, sobretudo, pela mudança para Lisboa.

À espera de um novo álbum após "Rebel Heart" (2015), a popularidade de Madonna não corre perigo, já que cada movimento da cantora, em qualquer direção e âmbito, continua observado e analisado com um nível de atenção dedicado apenas a lendas do meio musical.

A bem-sucedida "Rebel Heart Tour", que cruzou o planeta entre 2015 e 2016, vendeu mais de 1 milhão de ingressos e arrecadou US$ 170 milhões, segundo os dados da revista "Billboard".

Madonna permanece muito vigente como farol e exemplo para as jovens artistas e, nos últimos tempos, acentuou ainda mais o perfil feminista.

"Obrigado por reconhecer a minha capacidade para continuar a minha carreira durante 34 anos diante de uma flagrante misoginia, sexismo, assédio constante e abuso incessante", disse Madonna em dezembro de 2016, ao receber o prêmio de Mulher do Ano da "Billboard", em discurso muito elogiado no qual detalhou o machismo que impera na indústria musical.

No início de 2017, a artista participou de surpresa da Marcha das Mulheres em Washington, uma histórica e enorme manifestação feminista que criticou posicionamentos machistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Batizada como Madonna Louise Ciccone em uma família tradicional e católica do estado de Michigan, Madonna se tornou uma estrela nos anos 80, época na qual só Michael Jackson e Prince estavam no mesmo patamar de popularidade no mundo da música.

Com músicas consagradas como "Material Girl", "Like a Virgin" e "Like a Prayer", a cantora construiu uma carreira baseada na controvérsia e no escândalo, especialmente quando cruzava as questões sexuais com as religiosas.

Embora a sensualidade diante do microfone apelasse para a tentação e o prazer, Madonna também se destacou pela fria ambição, por ser uma máquina de calcular e controlar com muito cuidado cada um dos seus passos.

Um exemplo disso foi o importante uso dos videoclipes, uma novidade nos anos 80 que significou uma fabulosa ferramenta de propaganda para sua obra. Madonna só não conseguiu repetir o mesmo sucesso como atriz de cinema, apesar de ter tentado em filmes como "Dick Tracy" (1990) e "Evita" (1996). Mesmo assim, não perdeu a majestade.