Topo

Clássico dos musicais, "Grease" completa 40 anos de imortalidade

13/06/2018 06h02

Antonio Martín Guirado.

Los Angeles (EUA), 13 jun (EFE).- "I got chiiiills, they're multiplying", exclamava John Travolta ao ver Olivia Newton-John com um cigarro na boca e usando uma calça de couro em um dos momentos mais marcantes do musical "Grease: Nos Tempos da Brilhantina", que se tornou um clássico e completa 40 anos nesta quarta-feira.

Indicado ao Oscar de Melhor canção ("Hopelessly Devoted to You"), "Grease" foi o filme de maior arrecadação em 1978 e transformou o jovem Travolta, recém-saído de "Os Embalos de Sábado à Noite", em um dos grandes astros de Hollywood. Dirigido por Randal Kleiser ("A Lagoa Azul"), o filme teve como inspiração o musical homônimo da Broadway que estreou em fevereiro de 1972 e fez mais de 3.300 apresentações.

Na história, o verão termina e o romance de Danny e Sandy acaba, já que ela deve voltar à Austrália. O amor dos pombinhos tem a chance de ressurgir quando eles se encontram no Instituto Rydell, na Califórnia. Porém, os costumes dos grupos aos quais pertencem (os T-Birds e as Pink Ladies) vão colocar impedimentos para o reencontro.

Esse é o argumento da trama que se passa em 1959 e, como argumentou Scott Miller no livro "Sex, Drugs, Rock & Roll, and Musicals", seria um relato revolucionário para a época, subvertendo temas e se atrevendo a abordar assuntos sensíveis, como sexo e rebeldia jovem. Aí estava parte do charme da história. Graças ao trabalho de Stockard Channing, como a cínica Rizzo, ou o de Jeff Conaway, como o melhor amigo de Danny, apesar de já estarem longe da adolescência - ela tinha 33 e ele 27 -, o carisma dos personagens deu o toque final.

As atitudes insolentes dos T-Birds - dizem que foram usados até 100 mil chicletes durante as filmagens -, com as imponentes jaquetas de couro e quantidades industriais de gel no cabelo, se chocam com a personalidade forte das integrantes do Pink Ladies. O amor é embalado por hits como "Summer Nights", "Grease" e "Greased Lightnin". Não à toa, a trilha sonora do filme foi o segundo disco mais vendido de 1978, só atrás do disco de "Os Embalos de Sábado à Noite".

O polêmico final foi muito comentado, mas, como defendia Jim Jacobs, criador do espetáculo da Broadway, a cena parodiava os estereótipos do cinema.

"Era uma sátira! Era uma maneira de brincar de todos esses filmes de Hollywood em que o herói se transforma no final em um cidadão exemplar", afirmou ele, em entrevista ao jornal "Daily Herald", em 2010.

O sucesso do longa, que estreou em 13 de junho de 1978, levou a Paramount Pictures a apostar em "Grease 2 - Os Tempos da Brilhantina Voltaram". A sequência não teve a mesma aceitação positiva do primeiro filme, mas serviu para lançar a carreira de Michelle Pfeiffer. Prova de que "Grease" é mesmo um fenômeno é o fato de que mesmo depois de tanto anos, Los Angeles continua recebendo turistas interessados em visitar a Praia Leo Carrillo State, onde foram rodadas algumas cenas do romance de Danny e Sandy, e o Venice High School, a escola que serviu de cenário para o Instituto Rydell.