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"Jurassic Park": 25 anos do filme que revolucionou o cinema

Cena do filme "Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros" (1993), de Steven Spielberg - Reprodução
Cena do filme "Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros" (1993), de Steven Spielberg Imagem: Reprodução

Antonio Martín Guirado

De Los Angeles (EUA)

09/06/2018 06h09

O nascimento da última grande revolução da história do cinema aconteceu há 25 anos, com a estreia de "Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros", filme com o qual Steven Spielberg provou que nada era impossível para as imagens geradas por computador (CGI) ao trazer os dinossauros de volta à vida com um realismo nunca antes visto.

Aquele feito, que aproximou milhares de criança da ciência e da paleontologia, se tornou o filme de maior arrecadação até a chegada de "Titanic", em 1997, e levou o Oscar em três categorias: melhores efeitos visuais, melhor mixagem de som e melhor edição de som.

Esse longa-metragem foi o ponto de partida de uma franquia multimilionária que no dia 21 deste mês (no Brasil) terá o lançamento da quinta produção, "Jurassic World: Reino Ameaçado", dirigido pelo espanhol J.A. Bayona. Inclusive já foi confirmado que o sexto filme chegará às telonas em 2021.

Acima de tudo, ficou na mente de todos a sensação de fascínio ao contemplar pela primeira vez, como fizeram Sam Neill e Laura Dern, protagonistas da história, o enorme braquiossauro alimentando-se da copa das árvores e o temível tiranossauro.

Essas majestosas criações de Dennis Muren encontraram o perfeito apoio de Stan Winston e da técnica "animatrônica" - mecanismos robóticos ou eletrônicos - para cenas como a do pequeno velociraptor rompendo a casca do ovo ou a do triceratops doente respirando com dificuldade, tudo isso acompanhado da inesquecível trilha sonora de John Williams.

Phil Tippett, especialista em animação física, lembrou recentemente em um evento realizado no Universal Studios Hollywood que quando Spielberg provou que os dinossauros poderiam ser recriados por computador, lhe disse: "Você ficou sem trabalho". E ele respondeu: "Isso quer dizer que estou extinto", uma linha de diálogo que posteriormente foi incluída no filme.

"Sinceramente, quando me pediram no início de tudo para que recriássemos dinossauros de forma prática, eu disse que aquilo era como levar carrinhos de golfe à lua. Simplesmente não fazia sentido. Mas a revolução digital aconteceu", comentou Tippett.

O legado do filme foi aproveitado depois por obras como "Toy Story" (1995) - o primeiro longa-metragem feito totalmente por computador -, "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel" (2001) - a técnica de captura de movimento de Gollum - e "Avatar" (2009) - com o melhor uso do 3D até o momento.

Jack Horner, o paleontólogo que trabalhou lado a lado com Spielberg durante a produção do filme, contou que todos os seus colegas de profissão já sonharam alguma vez em apalpar e interagir com esses animais aos quais tinham dedicado toda a vida: "E, se me perguntam, diria que em 1993 nós conseguimos", reconheceu.

A atriz Laura Dern, que interpretava a paleobotânica Ellie Sattler, considerou a gravação do clássico de Spielberg "uma das melhores experiências" da sua vida.

"Nunca me esquecerei, foi extraordinário. Sempre me perguntam como foi gravar o filme e sempre digo que foi como colocar um grupo de pioneiros em uma gravação independente porque estávamos lá com inventores que estavam criando algo nunca antes visto. Aquele triceratops me fez chorar. Era precioso. A respiração, as pupilas, a língua, a maneira como se movia e reagia, era assustador", descreveu a atriz.

No entanto, nem tudo saiu segundo o esperado e as filmagens, que começaram em agosto de 1992 na ilha havaiana de Kauai, foram afetadas pela passagem do furacão "Iniki", que destroçou a estrutura da equipe com ventos de até de 260 quilômetros por hora.

"O teto da sala onde nos refugiamos caiu. Foi aterrorizador, mas também nos uniu muito. Pelo menos serviu para incluirmos momentos dessa tempestade no filme", contou Dern entre risos.

Kathleen Kennedy, atual presidente da Lucasfilm e produtora de "Jurassic Park", não hesitou em correr quase dez quilômetros desde o hotel onde estava toda a equipe (mais de 100 pessoas) até o aeroporto de Kauai para conseguir um avião que levasse todos até Honolulu.

A estreia de "Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros" (em Washington no dia 9 de junho de 1993) completa hoje 25 anos de magia hollywoodiana.