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Cchefe da agência russa RIA Novosti na Ucrânia é acusado de alta traição

15/05/2018 10h45

Kiev, 15 mai (EFE).- O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, por sua sigla em ucraniano) acusou nesta terça-feira o chefe da agência russa RIA Novosti na Ucrânia, Kirill Vishinski, de alta traição e apoio às autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.

Segundo a denúncia do SBU, Vishinski recebeu a missão de "viajar para a Crimeia para realizar atividades subversivas", além de ele e outros jornalistas justificarem a anexação da Crimeia, o que lhe valeu um prêmio estatal das mãos do presidente russo, Vladimir Putin.

Além disso, Vishinski, que foi detido nesta manhã em Kiev, desenvolveu junto a outros jornalistas uma "intensa atividade de apoio às organizações terroristas" das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.

Para realizar essas atividades subversivas, Vishinski, que tem dupla cidadania russo-ucraniana, recebia mensalmente 53 mil euros de Moscou, segundo a fonte oficial.

Segundo o código penal ucraniano, a acusação de alta traição acarreta uma pena de até 15 anos de prisão.

Agentes do SBU detiveram hoje Vishinski no marco de uma operação dos serviços de inteligência contra "uma rede de veículos de imprensa controlados pela Rússia ".

"As autoridades constataram que (estes veículos de imprensa) foram usados pelo país agressor (Rússia) no marco da guerra híbrida informativa contra a Ucrânia", precisou a porta-voz do SBU, Elena Guitlianskaya.

O Kremlin condenou as ações de Kiev contra os dois veículos de imprensa e advertiu que haverá medidas de respostas por parte de Moscou.

"Se estas ações das forças da ordem da Ucrânia tiverem algo a ver com a atividade profissional desses veículos de imprensa, é algo absolutamente degradante. Vão contra todas as normas e merecem uma dura condenação dos organismos internacionais", disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Moscou, acrescentou, "tomará medidas de resposta" quando ficarem claras as circunstâncias da detenção e os registros.

Por sua vez, Margarita Simonián, diretora de RT, um meio qualificado no Ocidente e na Ucrânia como instrumento propagandístico do Kremlin, afirmou que " Kiev decidiu se vingar pela ponte da Crimeia".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, inaugurou hoje pessoalmente a ponte que une a península da Crimeia, anexada há quatro anos por Moscou, com a Rússia continental através do estreito de Kerch.