"Espanhol não é um corpo estranho" no Brasil, afirma presidente da ABL
Andrea Usero Escalante.
Rio de Janeiro, 14 mai (EFE).- "O espanhol já não é um corpo estranho" no Brasil, segundo afirmou em entrevista à Agência Efe o presidente da Academia Brasileira das Letras (ABL), Marco Lucchesi, ressaltando que "estes laços não foram construídos da noite para o dia", já que ambas as culturas têm "um grande patrimônio comum".
"Há muitos anos que leio e estou em contato com os meus queridos autores espanhóis", declarou, em perfeito castelhano, o presidente da ABL, que acaba de assinar um acordo de colaboração com a Real Academia Espanhola (RAE) na sua última visita à Espanha, em fevereiro.
"É mais fácil compreender o Brasil conhecendo a Espanha", comentou Lucchesi, nascido no Rio de Janeiro em 1963 e que em dezembro do ano passado se tornou o presidente mais jovem nos últimos 70 anos desta instituição.
Tradutor, professor e autor de mais de 40 livros, que abrangem gêneros tão diferentes como a poesia e o ensaio, o presidente da ABL se mostrou convencido de que "uma língua só cresce através das diferenças e da diversidade", tanto entre culturas como entre distintas gerações.
Por isso, a ABL "tem o papel fascinante de estabelecer um diálogo de gerações diferentes dentro desta biodiversidade cultural", acrescentou Lucchesi.
Brasileiro de ascendência italiana, Lucchesi é também professor de Literatura Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro e admite que para chegar aos seus alunos é importante compreender "outras realidades" nas quais eles possam estar imersos.
"Não posso não falar em uma língua que é a deles, por isso que preciso de Goethe, mas também do funk", apontou o professor.
"O funk é um tema polêmico sobre o qual cada um terá sua opinião, mas que geralmente é um vetor sociológico de grande importância", afirmou o escritor.
"A cultura é como um pássaro formado por duas asas, uma é a erudita e outra a cultura popular, se o pássaro não tem as duas asas não pode voar", completou Lucchesi.
"O mundo da favela e o acadêmico são mundos vaso-comunicantes que se integram em uma noção mais ampla de uma cidadania e de uma república que precisa ser consolidada", reforçou.
Segundo sua opinião, "a literatura é um fator fundamental da emancipação", porque faz com que as pessoas sejam "mais livres, felizes, solidárias e responsáveis diante das injustiças sociais", algo fundamental no Brasil.
Fundada no Rio de Janeiro em 1897 por um grupo de 40 escritores e poetas inspirados pela Academia Francesa, a Academia Brasileira de Letras tem como objetivo o cuidado do idioma português e da literatura brasileira.
Para seu presidente, a Academia tem que respeitar "o cultivo da língua e da literatura com toda sua delicadeza e sofisticação, mas nem por isso deve se fechar em uma torre de marfim, porque então seria totalmente ineficaz para aquilo que o Brasil mais necessita: o diálogo".
Rio de Janeiro, 14 mai (EFE).- "O espanhol já não é um corpo estranho" no Brasil, segundo afirmou em entrevista à Agência Efe o presidente da Academia Brasileira das Letras (ABL), Marco Lucchesi, ressaltando que "estes laços não foram construídos da noite para o dia", já que ambas as culturas têm "um grande patrimônio comum".
"Há muitos anos que leio e estou em contato com os meus queridos autores espanhóis", declarou, em perfeito castelhano, o presidente da ABL, que acaba de assinar um acordo de colaboração com a Real Academia Espanhola (RAE) na sua última visita à Espanha, em fevereiro.
"É mais fácil compreender o Brasil conhecendo a Espanha", comentou Lucchesi, nascido no Rio de Janeiro em 1963 e que em dezembro do ano passado se tornou o presidente mais jovem nos últimos 70 anos desta instituição.
Tradutor, professor e autor de mais de 40 livros, que abrangem gêneros tão diferentes como a poesia e o ensaio, o presidente da ABL se mostrou convencido de que "uma língua só cresce através das diferenças e da diversidade", tanto entre culturas como entre distintas gerações.
Por isso, a ABL "tem o papel fascinante de estabelecer um diálogo de gerações diferentes dentro desta biodiversidade cultural", acrescentou Lucchesi.
Brasileiro de ascendência italiana, Lucchesi é também professor de Literatura Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro e admite que para chegar aos seus alunos é importante compreender "outras realidades" nas quais eles possam estar imersos.
"Não posso não falar em uma língua que é a deles, por isso que preciso de Goethe, mas também do funk", apontou o professor.
"O funk é um tema polêmico sobre o qual cada um terá sua opinião, mas que geralmente é um vetor sociológico de grande importância", afirmou o escritor.
"A cultura é como um pássaro formado por duas asas, uma é a erudita e outra a cultura popular, se o pássaro não tem as duas asas não pode voar", completou Lucchesi.
"O mundo da favela e o acadêmico são mundos vaso-comunicantes que se integram em uma noção mais ampla de uma cidadania e de uma república que precisa ser consolidada", reforçou.
Segundo sua opinião, "a literatura é um fator fundamental da emancipação", porque faz com que as pessoas sejam "mais livres, felizes, solidárias e responsáveis diante das injustiças sociais", algo fundamental no Brasil.
Fundada no Rio de Janeiro em 1897 por um grupo de 40 escritores e poetas inspirados pela Academia Francesa, a Academia Brasileira de Letras tem como objetivo o cuidado do idioma português e da literatura brasileira.
Para seu presidente, a Academia tem que respeitar "o cultivo da língua e da literatura com toda sua delicadeza e sofisticação, mas nem por isso deve se fechar em uma torre de marfim, porque então seria totalmente ineficaz para aquilo que o Brasil mais necessita: o diálogo".
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