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Caverna é descoberta no Quênia com resquícios pré-históricos de 78 mil anos

10/05/2018 15h52

Nairóbi, 10 mai (EFE).- Um grupo de arqueólogos da Alemanha e do Quênia encontrou em uma caverna no litoral do Quênia objetos e outros resquícios pré-históricos que datam de 78 mil anos atrás, informaram nesta quinta-feira veículos de imprensa do país africano.

Segundo os pesquisadores, a descoberta representa a sequência arqueológica mais extensa na África Oriental desde a Baixa Idade da Pedra até a Idade do Ferro, com evidências de mudanças gradativas em inovações culturais, tecnológicas e simbólicas de 67 mil anos.

A caverna de Panga ya Saidi, situada em Kalifi, na parte sul do litoral queniano, contém evidências de atividades pré-históricas das comunidades de caçadores e coletores da Idade do Ferro, segundo informou nesta quinta-feira o jornal "Daily Nation".

A descoberta foi realizada pelo Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana (Alemanha) em parceria com o Museu Nacional do Quênia.

O grupo multinacional de especialistas coletou ossos, argila trabalhada e objetos decorativos feitos com material marinho e ovo de avestruz.

De fato, os pesquisadores encontraram o objeto decorativo mais antigo do Quênia, que data de mais de 65 mil anos.

A descoberta evidencia mudanças culturais, mas nenhuma "revolução dramática", e, apesar de a caverna estar próxima do litoral, não há indícios de que ela poderia fazer parte de uma rota migratória.

"Antes das escavações na caverna, havia muito pouca informação disponível sobre 78 mil anos atrás no litoral da África Oriental, com a maioria das pesquisas arqueológicas focadas no vale do Rift e na África do Sul", explicou o Instituto Max Planck.

Nesta jazida arqueológica foram encontradas ferramentas que datam da Idade da Pedra Média (78 mil anos), mas também tecnologia mais desenvolvida do final da Idade de Pedra (67 mil anos).

Os arqueólogos acreditam que a caverna conservou durante milhares de anos um clima similar, por isso serviu de refúgio, inclusive quando outras partes da África se tornaram inóspitas.

O vale do Rift, que atravessa a África Oriental, é considerado o "berço da humanidade", onde foram descobertos os fósseis de hominídeos mais antigos do mundo.