Ópera de Paris se envolve em polêmica por queixas de assédio sexual
Paris, 17 abr (EFE).- A Ópera de Paris, uma das instituições mais prestigiadas do mundo no gênero, se envolveu em uma polêmica após a imprensa da França noticiar que dançarinos e dançarinas denunciaram casos de assédio.
Nesse documento de 200 páginas, segundo destacou o jornal "Le Monde" nesta terça-feira, 25,9% dos dançarinos dizem ter sido vítimas de assédio sexual ou ter presenciado algum tipo de conduta inadequada.
A investigação foi realizada pela comissão de expressão artística, organismo interno escolhido pelos dançarinos, que interrogou 154 deles sob condição de anonimato.
Um dos entrevistados, segundo o "Le Monde", critica que Dupont não tenha capacidade de gestão e nem "desejo de adquiri-la", enquanto outros lamentam uma "falta de diálogo" ou uma rejeição a escutar as aspirações de profissionais que dizem se sentir "peões".
A chegada de Dupont estava destinada a apaziguar os ânimos na instituição após a saída do também francês Benjamin Millepied, que renunciou após pouco mais de um ano pelas diferenças mantidas com a linha seguida tradicionalmente por esse balé.
O diretor da Ópera de Paris, Stéphane Lissner, admitiu em declarações recolhidas pelo "Le Monde" que a dificuldade das relações humanas é intrínseca no mundo artístico, mas assegurou que levarão em conta as conclusões do estudo.
Lissner disse que exerce, além disso, "tolerância zero" com os casos de assédio, por isso que encorajou os afetados a contar o ocorrido à direção. Desde 2015, acrescentou, os três casos denunciados terminaram em demissões.
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